Lição 8: O Cordeiro

FONTE: Ministério Engel

ATUALIZADO: 25 de janeiro de 2015

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Joel Engel autor do livro “O Poder de um Cordeiro” está lançando agora o Livro com um aspecto hebraico com comentários do Rabino Mário Moreno. Você pode acompanhar abaixo a nova roupagem do Livro e no final poderá baixar o Livro “O Poder de um Cordeiro”.


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O Cordeiro

  • Introdução

Qual é a importância do cordeiro nas Escrituras? Será que o sacrifício de um animal faria tanta diferença naquela época? E em nossos dias, o que isso significaria? 

O Eterno em sua Palavra trabalha com princípios que são revelados aos seus e depois são confirmados pelo conhecimento das Escrituras. Algumas vezes temos o inverso, mas em qualquer situação ambas são importantes: a revelação e o conhecimento. A falta de uma destas premissas faz com que haja uma conexão imperfeita entre aquilo que é conhecido através das escrituras e a aplicação que tem geralmente um caráter profético e que extrapola os tempos e lugares, dando então lugar a um mover sobrenatural que traz os céus para a terra!

Que possamos conhecer e aplicar os princípios aqui ensinados e que O Cordeiro se manifeste a cada um de nossos leitores como Aquele que cumpre a Palavra do Eterno! Que a cada oferta entregue os céus se abram e que hajam vitórias e conquistas inigualáveis na vida dos servos do Eterno em nome de Ieshua!

 

  • O cordeiro – ha seh (D£\¢D)

Vamos analisar não somente a palavra “cordeiro”, mas veremos o termo acompanhado do artigo definido “o” e isso faz toda a diferença. O artigo definido destaca este termo colocando-o num patamar diferenciado e portanto elevando assim o termo a uma importância maior do que as demais ocorrências da palavra.

Guematria

A Guematria do termo hebraico “seh” é igual a 305, que quando reduzido dá 8. Isso nos informa que este termo hebraico está ligado a “recomeço”, ou seja, quando o termo ocorre o contexto certamente alguém está numa situação relacionada a isso.

Veja que interessante:

O nome do Eterno – IHVH – quando tem suas letras somadas nos dá o resultado de 8, senão vejamos:

DEDI – agora vejamos a soma das letras:

Iud – 10

Hei – 5

Vav – 6

Hei – 5

Perfazendo um total de 26, que reduzido dá oito!

Agora vamos para o nome Torah:

D¢X]x – agora vejamos a soma das letras:

Tav – 400

Vav – 6

Reish – 200

Hei – 5

Perfazendo um total de 611, que reduzido dá oito!

Agora vamos para o nome Ieshua:

Rh[¤I – agora vejamos a soma das letras:

Iud – 10

Shim – 300

Vav – 6

Ain – 70

Perfazendo um total de 386, que reduzido dá oito!

Seria isso coincidência? Creio que não!

Vejamos que o oito está relacionado com o cordeiro e com o recomeço, então podemos afirmar que quando ofertamos um cordeiro estamos fazendo isso por que o Eterno nos ordenou através da Torah e isso é confirmado na pessoa do próprio Ieshua, que é o Cordeiro de Elohim!

A oferta do Cordeiro traz o Eterno para perto de nós através de Ieshua que nos leva a obedecer a Torah. E esta oferta nos faz recomeçar… e todo recomeço pressupõe uma nova perspectiva e uma restauração de nossa confiança – emunah – no Eterno e em sua Palavra!

  • Sacrifício

A primeira ocorrência das Escrituras com este texto é o sacrifício de Itshaq. O texto nos diz: “Então falou Itshaq a Avraham seu pai e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?” Gn 22.7. Aqui temos um texto onde Avraham e seu filho Isthaq caminham para um momento de oferecimento de um sacrifício sem um cordeiro. Itshaq pergunta: “onde está o cordeiro?” e Avraham responde: “E disse Avraham: Elohim proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos” Gn 22.8.

A resposta de Avraham é que “o cordeiro” para o sacrifício vem de Elohim! Isso é fantástico! Não somos nós que provemos “o cordeiro” para o sacrifício e há um interesse do Eterno em que nós possamos dar a Ele o cordeiro perfeito para o sacrifício que Ele mesmo requer. 

Este pretenso sacrifício – pois não ocorreu – nos mostra que quando há uma necessidade em que o Eterno nos requer algo, Ele mesmo se encarrega de prover aquilo que é necessário para que o sacrifício perfeito seja oferecido para Ele por alguém, no lugar onde Ele apontou e na época em que Ele determina!

Mas há um elemento determinante aqui: a obediência de Avraham em cumprir a determinação do Eterno fez toda a diferença, pois a sua atitude de obedecer prontamente dispara na eternidade os mecanismos que vão provisionar aquilo que ele necessita para oferecer “o cordeiro” para o Eterno! Há uma inquietação na eternidade por homens e mulheres que ousem obedecer aos mandamentos da Torah para que o sobrenatural passe a fazer parte da vida daquela pessoa.

Certamente isso era uma constante na vida de Avraham, que quando sai com Itshaq e declara-lhe o que haveria de acontecer o faz com uma certeza impressionante. Suas palavras são o ingrediente que preparou o milagre da provisão do Cordeiro. Ele proferiu palavras que caíram no coração de Itshaq e houve um ambiente para que o milagre ocorresse!

O cordeiro quebrou a determinação de que o primogênito de Avraham tivesse que morrer à pedido dos céus! A oferta do cordeiro quebra padrões pré-estabelecidos de morte e age como uma provisão para a vida!

E aqui temos mais um ingrediente impressionante: “Elohim proverá para si o cordeiro” Gn 22.8. Este texto faz uma ligação com a Brit Hadasha onde lemos acerca de Ieshua: “No dia seguinte, Iochanan viu a Ieshua, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Elohim, que tira o pecado do mundo” Jo 1.29 e também “E, vendo passar a Ieshua, disse: Eis aqui o Cordeiro de Elohim” Jo 1:36.

Estes dois textos nos mostram que “o cordeiro de Elohim” que foi dado a Avraham no lugar de Itshaq agora aparece aqui como “o Cordeiro de Elohim, que tira o pecado do mundo”.

Este texto nos apresenta um outro aspecto impressionante, pois a palavra “mundo” vem do termo hebraico “olam” que significa “eternidade, eterno”. Então a tradução correta seria: “…que tira o pecado da eternidade”, e isso se refere à eternidade que está no homem, a centelha do Eterno que ele carrega dentro de si mesmo. Porém há uma outra coisa, pois o pecado original foi cometido enquanto o homem ainda estava num ambiente de eternidade; foi justamente o pecado que “quebrou” a eternidade que estava no homem trazendo então a morte.

O Cordeiro oferecido por Avraham apontava para Ieshua, o Cordeiro substituto que viria para quebrar os grilhões da morte e restituir ao homem a eternidade – uma coroa – que Adan perdeu quando deu vasão ao pecado. Também foi por isso que o Eterno “expulsou” o homem do Gan Eden, pois o pecado não pode conviver com a eternidade, a morte e a eternidade não podem co-existir no mesmo “espaço”; uma precisa substituir a outra, uma quebra o padrão da outra. 

O sacrifício do Cordeiro trouxe uma quebra de padrões e paradigmas nas humanidade, fazendo com que o ambiente dos céus voltasse a invadir a terra, fazendo assim com que o ser humano pudesse ser restaurado à imagem de Adam, o homem eterno!

  • O holocausto na Torah

Quando falamos de holocausto estamos na realidade falando de um sacrifício completo, onde o cordeiro é oferecido em sua totalidade; tudo é queimado sobre o altar. Mas o que é o “olâh?”

O Eterno agora nos fala sobre o “holocausto”, que em hebraico é olâh (עֹלָ֤ה)105 e significa “holocausto, oferta queimada”. Esta palavra vem da raiz ´alâ e significa “subir, escalar”. O holocausto é o único meio de fazer o ofertante “subir” até a presença de D-us. A fumaça da oferta queimada é o símbolo da vida do ofertante que está sobre o altar e é queimada, devorada pelo fogo! Olah significa também “oferta total”, “oferta inteira”; o ato de queimar é secundário em relação à entrega da criatura toda ao Senhor.  

Aqui temos um padrão: a oferta do cordeiro faz com que o ofertante “suba” de padrão; é como se um “upgrade” começasse no reino do espírito e se consumasse no mundo material através de pessoas e coisas que são necessárias para demonstrar aos incrédulos que há um poder soberano dos céus que já invadiu a terra através do Cordeiro!

Há uma identificação do ofertante com o holocausto, o que simbolizava uma substituição. O altar era reservado para as coisas santas. Aquilo que é oferecido sobre o altar deve ser santo.

E neste caso, por que o cordeiro? Qual é o significado deste animal segundo a tradição judaica? O Midrash nos diz assim:

A “ovelha” (cordeiro) cuja natureza é dócil, que não faz grandes estragos e é fácil subjugá-la. Porém tem um “apetite” insaciável. O ser humano que se compara à ovelha é uma pessoa boa por natureza, sem defeitos aparentes, mesmo assim tem que trabalhar para refinar-se nas pequenas coisas. Cada pessoa tem que trabalhar em refinar seu temperamento particular, sua natureza e instintos naturais. Em outras palavras, quem sabe controlar suas vontades, subjugar suas paixões, refinar seus instintos naturais e, com tempo e muito esforço, transformar sua natureza, realmente fica mais próximo de D’us.

Os versos que falam sobre o sacrifício do cordeiro dizem:

“O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras” Ex 12.5.

Este sacrifício deve ser totalmente puro; o cordeiro deve ser imaculado, o melhor do rebanho que deve ser oferecido ao Eterno. Agora o ofertante já tem seu cordeiro e deve tirar do melhor animal de seu rebanho para dedica-lo ao Eterno. O tempo de necessidade do primeiro cordeiro passou; agora um rebanho já está nas mãos do ofertante que escolhe o melhor para o Eterno.

“Então degolará o cordeiro no lugar em que se degola a expiação do pecado e o holocausto, no lugar santo; porque assim a expiação da culpa como a expiação do pecado é para o sacerdote; cousa santíssima é” Lv 14.13.

O local onde esta oferta deve ser feita é no lugar santo; não há como oferecer tal oferta em qualquer lugar! Esta oferta também expiará a culpa do ofertante! A oferta do cordeiro precisa ser dada em santidade e para alguém que é santo – neste caso um sacerdote do Eterno! Quando o sacerdote recebe a oferta ele já sabe que deverá abençoar a vida do ofertante, que está ali para ter seu pecado perdoado e também para receber uma palavra que o impulsionará a continuar sua caminhada de conquistas e vitórias! Quando o sacerdote abençoa alguém, ele libera poder para que esta pessoa seja próspera, bem sucedida e fecunda e isso atinge as três dimensões do homem: espírito, alma e corpo. 

  • Vamos compreender a contrapartida da oferta do cordeiro:

Quando o sacerdote abençoa alguém isso libera na eternidade ferramentas para que esta pessoa seja próspera e isso está ligado à unção, à presença do Eterno na vida de alguém. A oferta do cordeiro pressupõe que esta pessoa além de estar arrependida também deseja pagar o preço pelo perdão! E quando faz isso se reaproxima do Eterno. A prosperidade é algo ligado a esta presença, a uma nova caminhada de intimidade com os céus! Há uma reconexão espiritual que somente foi feita por causa do cordeiro…

Mas isso não é tudo, pois o que vem a seguir é o sucesso e isso está ligado à área financeira de uma pessoa e consequentemente à sua alma. A oferta do cordeiro que levou à benção sacerdotal faz com que esta pessoa tenha sucesso em seus empreendimentos e há também uma cumplicidade dos céus com esta pessoa que passa a desfrutar de algo que até então ela não tinha: a cooperação de seres celestiais que estarão trabalhando para seu sucesso. E quanto mais esta pessoa conquista tanto mais ela dedica ao serviço do Eterno, pois verdadeiramente não se esquece que seu sucesso lhe foi dado pelos céus para que ela sirva de elemento conector com os céus e também para que através disso muitos possam ser alcançados recebendo de suas mãos aquilo que o Eterno lhe deu.

A fecundidade fecha este padrão, pois é ela que mostra que somos realmente pessoas que andam com o Eterno, pois o estéril era considerado amaldiçoado e isso não condiz com alguém que teme ao Eterno.

Esta fecundidade não é somente física, mas também espiritual. Pessoas generosas tem uma tendência de terem mais facilidade em testemunhar a outros aquilo que o Eterno fez e faz em sua vida, gerando assim novos conversos e discípulos que se aproximam por causa da fé daquela pessoa. A benção “cura” não somente ventres estéreis como também restaura espermas infrutíferos e faz com que estas pessoas possam novamente gerar – e sonhar – e assim voltarem a serem verdadeiros conquistadores.

“E o sacerdote tomará o cordeiro da expiação da culpa, e o logue de azeite, e o sacerdote os moverá por oferta movida perante o IHVH. Então degolará o cordeiro da expiação da culpa, e o sacerdote tomará do sangue da expiação da culpa, e o porá sobre a ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se, e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé direito” Lv 14.24,25.

A oferta pela culpa será oferecida com azeite – unção – e o sacerdote moverá a oferta perante o Eterno. Após a oferta ter sido feita, há uma unção feita pela purificação do leproso que é exatamente igual à unção feita para a consagração do sacerdote! Ou seja, esta oferta além de declarar a gratidão pela cura, também traz sobre o ofertante a honra de recomeçar sua vida já como um sacerdote; não há recomeço em baixo nível, mas sim no nível sacerdotal, cuja honra é a responsabilidade de ser um instrumento nas mãos do Eterno!

O cordeiro morto e seu sangue com azeite quebram a condição de desonra e ostracismo – afastamento – de uma pessoa e a reconduzem novamente à sua família, à sociedade e à presença do Eterno, mas agora como uma pessoa totalmente restaurada!

Que transformação há numa pessoa que era leproso, excluído da presença de todos, alguém que quando se aproximava de uma localidade era obrigado a gritar: “Leproso, leproso”, para evitar que alguém acidentalmente entrasse em contato com ele e ficasse impuro, e que quando é purificado oferece o cordeiro com o azeite que estarão marcando uma “virada” na vida daquela pessoa rejeitada por seu pecado que causou a lepra!

Agora a transformação é do abandono à reintegração e da solidão para o convívio com a família e os amigos. Restituição é o termo; mas a alegria é a condição que faz com que esta pessoa possa mais uma vez louvar ao Eterno e dizer: “O Eterno reina!” 

“Assim prepararão o cordeiro e a oferta de manjares, e o azeite, todas as manhãs, em holocausto contínuo” Ez 46.15.

Aqui o sacrifício está ligado com as manhãs e a oferta de manjares, que era feita às 15:00 horas; este foi o horário foi estipulado pelo Eterno para que o cordeiro fosse ofertado e isso aconteceria diariamente no Tabernáculo de Moshe e depois no Beit Hamicdash (Templo). 

Há uma particularidade aqui, pois a oferta do Cordeiro endo feita nesse horário coincidiu com o horário em que o Mashiach Ieshua morreu e também foi neste horário os maiores milagres aconteceram nas Escrituras. É também um horário que os judeus oram todos os dias. O cordeiro está ligado à oração e aos milagres que ocorrem quando o sacrifício é feito!

Então temos aqui um princípio: quem oferece um cordeiro pode pedir ao Eterno que um milagre se manifeste em sua vida, assim como aqueles que ocorreram no horário da oferta de manjares como por exemplo a chegada de Rivca para encontrar-se com Itshaq. O Noivo recebe sua noiva às 15:00 horas enquanto ele estava orando! Duas almas gêmeas são reunidas naquele instante e a alma de Itshaq é curada por causa da morte de sua mão Sarah.

Um outro milagre que ocorreu neste horário foi a vitória de Eliahu (Elias) sobre os profetas de Baal e Asera – no total de 850. O principado local que dominava o engano através dos sacerdotes pagãos foi vencido quando Eliahu desafia os sacerdotes a clamarem por fogo dos céus como uma prova da divindade do deus em questão. Além da derrota do principado o ministério de Eliahu é confirmado como um grande profeta do Eterno; um homem de sinais e prodígios.

Finalmente temos a morte de Ieshua que ocorreu no horário do sacrifício de manjares em Pessach e isso trouxe a derrota definitiva de Há Satan, além de consumar a libertação de todo aquele que crê no nome de Ieshua.

Um outro princípio é estabelecido aqui: a oferta do cordeiro no horário da oferta de manjares juntamente com a oração uniu duas almas gêmeas e fez com que este casal desse origem ao patriarca de quem nasceriam as doze tribos de Israel. O príncipe e a princesa se encontram para darem início a um futuro de grandes vitórias e de descendentes construtores de nações.

Há o principio da confirmação do ministério profético com muitos sinais e a derrota de principados e do próprio há Satan!

Esta oferta liberou algo tão poderoso que os mensageiros do Eterno lutaram para vencer principados e também para estabelecer os ditames da formação da nação de Israel.

  • O cordeiro, Ieshua e Pessach

O sacrifício do cordeiro está intimamente ligado à festa de Pessach, pois era em Pessach que morriam os cordeiros para que seu sangue pudesse ser aposto nos umbrais e nas vergas das portas, evitando assim que o anjo da morte tocasse naqueles que estravam no cativeiro egípcio. O que nos chama a atenção aqui são os relatos das Escrituras que dizem:

“Então Josias celebrou a páscoa ao IHVH em Jerusalém; e mataram o cordeiro da páscoa no décimo-quarto dia do mês primeiro” II Cr 35.1.

“Porque os sacerdotes e levitas se tinham purificado como se fossem um só homem, e todos estavam limpos; e mataram o cordeiro da páscoa para todos os filhos do cativeiro, e para seus irmãos, os sacerdotes, e para si mesmos” Ed 6.20.

Estes versos nos falam sobre duas celebrações de Pessach e em ambas “o cordeiro” de Pessach é sacrificado! A função desde sacrifício é a de trazer a redenção a todos aqueles que estão em linha com os mandamentos do Eterno e também que celebram suas festas. Neste caso temos Pessach que está associada com o sacrifício do cordeiro que quebra as cadeias do aprisionamento trazendo a redenção e a libertação para a caminhada em direção a Canaã. O Egito foi julgado e o instrumento final deste julgamento foi o sangue do cordeiro! Somente após a morte do cordeiro é que o reino do espírito pode então contemplar não somente a morte dos primogênitos como também a derrota dos demônios que nada puderam fazer para, primeiro, impedir estas mortes e segundo para segurarem os israelitas, mantendo-os em cativeiro! 

Quando “o cordeiro” foi morto em sacrifício, isso desencadeou no mundo espiritual um conjunto de ações que fizeram com que nos céus – regiões celestiais – os principados e potestades fossem vencidos, para que depois os demônios locais fossem também derrotados! A derrota começou com “os cabeças” – principados e potestades – e terminou com os espíritos mais fracos (demônios), mas que tinham por função segurar e oprimir os judeus que estavam ativos no Egito.

A oferta do “cordeiro” desencadeia tudo isso; a libertação veio e trouxe consigo um outro ingrediente: os israelitas saquearam o Egito financeiramente; eles agora recebem de volta tudo o que seus antepassados sofreram durante 400 anos de permanência ali. Quando “o cordeiro” morre isso resulta em liberações espirituais para o povo de Israel, mas eles recebem também bênçãos “físicas” – aqui mais exatamente, financeiras. Os egípcios ajuntaram para depois darem aos israelitas tudo o que tinham em suas casas! 

A oferta do cordeiro – que pela primeira vez estava sendo dada por todo o povo – libera algo inimaginável: as cadeias espirituais da prisão e da escravidão e pobreza se desfazem instantaneamente! O domínio maligno não pode mais exercer sua influência e agora um povo mudará seu status de escravos e pobres para libertos e ricos! 

A libertação ocorre juntamente com a riqueza que é a transferência de bens de uma pessoa para outra. E isso é dado aos israelitas conforme a promessa do Eterno.

É claro que a obediência às ordens do Eterno precede tudo isso e faz com que os israelitas possam então receber essa transferência de forma imediata em suas vidas! O segredo deles: unidade! Todos obedeceram e todos receberam; ninguém saiu do Egito como escravo e ninguém saiu do Egito pobre! 

Inclusive a tradição judaica diz a respeito da oferta do cordeiro assim: “O cordeiro de Pêssach era uma oferenda sagrada, ofertada no Templo Sagrado de Jerusalém, com um sabor delicioso e maravilhoso aroma. Isso simboliza o tsadic, o sagrado, o indivíduo “delicioso”, cuja vida inteira está permeada de santidade e deleite espiritual. Através de imensa labuta, a identidade consciente do tsadic se tornou permeada com a luz e majestade de sua alma Divina. Como resultado, a vida do tsadic é um prato de “gourmet”, um pedaço de beleza, uma fragrância deliciosa”.

A conexão com Ieshua está clara, mas em Atos está dito assim: “E o lugar da escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua boca” At 8.32. Este verso conecta a Brit Hadasha à profecia de Isaías 53! Aqui “o cordeiro” liga-se ao Mashiach o que nos faz pensar que esta ligação produz a comunhão entre o ofertante e a oferta; toda vez que eu ofereço um cordeiro, isso me remete à questão de estar me ligando mais intimamente ao Mashiach! A minha oferta – tsedacá – além de expressar a minha justiça, me faz ter participação no caráter daquele que é o próprio sacrifício: Ieshua.

Um princípio está claro aqui: só pode dar a oferta do cordeiro quem é salvo! Um incrédulo primeiro não entenderia o que ela significa e nem poderia mensurar seu alcance; segundo o incrédulo não tem comunhão com o Eterno para ter o conhecimento acerca do cordeiro. Isso é Torah e Torah é para os santos que desejam caminhar dentro de padrões celestiais na terra!

Quem conhece as Escrituras e as pratica vive no mundo partilhando de duas dimensões: a física e a espiritual concomitantemente! É como andar na terra conhecendo os portais celestiais e acessando-os a qualquer momento que houver necessidade.

  • O cordeiro e a eternidade

Iochanan, quando esteve preso em Patmos, recebeu a revelação que lhe foi dada por Ieshua e esta revelação carrega algumas particularidades ligadas ao cordeiro.

A revelação é para os últimos dias; então o Cordeiro é uma revelação também para os últimos dias e esta revelação tem um propósito: trazer a eternidade para a terra!

O primeiro texto que trata sobre “o cordeiro” em Apocalipse é: “…que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber poder, e riquezas, e sapiência, e força, e honra, e glória, e louvor” Ap 5.12. O Cordeiro é digno! Mas o que significa isso? A palavra “digno” significa: adj. – Merecedor: digno de elogios. Apropriado, conforme: filho digno do pai. Honesto, honrado: um homem muito digno. E esta pessoa – o Cordeiro – recebe coisas que são intangíveis como: “poder, e riquezas, e sapiência, e força, e honra, e glória, e louvor”. Estas coisas não se podem tocar ou manusear; porém estas são aquelas que distinguem uma pessoa dentre as demais! Poderíamos dizer que, numa palavra, Ele foi honrado pelos céus! E isso não há dinheiro que pague! Quando o Cordeiro foi sacrificado e entregue por nós, após sua morte e ressurreição, Ele na continuidade de seu ministério recebe nos céus toda essa honra para que nós, que somos obedientes a Ele possamos receber o mesmo aqui na terra!

A dignidade é fruto do caráter de uma pessoa e isso somente pode ser gerado quando somos tratados pelo Eterno para nos tornarmos como Ieshua. A oferta do cordeiro produz em nós um aperfeiçoamento que nos levará a atingirmos patamares nunca sonhados por nós. Porém eu estou falando de sermos transformados e restaurados à personalidade de Adam, uma personalidade com traços eternos, celestiais, divinos e que tem uma atração pelas coisas eternas. 

A oferta do cordeiro permitirá que sejamos levados a buscar mais ao Eterno de uma forma muito simples: Ele mudará nosso caráter nos fazendo estar mais próximos d´Ele!

Iochanan vê alguém que é digno e os céus anunciam isso para aqueles que conseguem ouvir! Este que é digno somente alcançou isso por sua postura na terra, nada mais.

Certamente estamos falando do fruto do Espírito se manifestando na vida de alguém em sua plenitude: “Mas o fruto do espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança”.

Novamente temos aqui uma mudança em nossas vidas quando ofertamos o cordeiro que traz transformação ao nosso homem interior nos moldando à imagem de Ieshua!

  • O Cordeiro e os selos

Agora vamos analisar este verso que diz: “E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei e ouvi um dos quatro animais, dizendo como com uma voz de trovão: Vem, e vê” Ap 6.1. 

Aqui a palavra “selo” vem do termo hebraico “hotam” que significa “selo, sinete” e refere-se a um selo feito de pedra entalhada impresso em barro ou cera para autenticar um documento. Cartas, decretos reais, alianças, escrituras de aquisição de terras e livros eram selados. Deste modo a selagem indica aquilo que está com toda a segurança trancado por estar sob o selo.

A palavra que está na mesma raiz é “hatan” e significa “noivo”; também “hatunnâ” que significa “casamento, matrimônio”.

Se tomarmos o contexto onde a passagem ocorre veremos que O Cordeiro foi morto, porém ressuscitou e a entrega do Cordeiro pressupõe também que haverá revelação e quebra dos “selos” que ao se abrirem revelarão novos horizontes em nossas vidas.

E não somente isso, pois quando o Cordeiro foi entregue como uma oferta pela humanidade, esta oferta tinha uma relação com o casamento; e em Apocalipse quem abres os selos é justamente o Noivo!

E agora, na abertura dos selos haverá um juízo sendo derramado sobre a humanidade por um motivo: maltratar a noiva!

Percebemos que isso não ocorreu naquele tempo; é algo que já vem sendo “acumulado” desde a fundação do mundo, quando os homens ímpios não reconheceram que existem homens de D-us e que estes devem ser tratados com dignidade e respeito, pois são os mensageiros dos céus na terra.

A morte do Cordeiro num primeiro momento traz a redenção; posteriormente traz consigo o juízo sobre aqueles que de alguma forma violaram a ordem dada pelo Eterno a Avram: “E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” Gn 12.3. Se tomarmos por base este verso, poderemos então ter uma ideia daquilo que o Eterno preparou desde os tempos imemoriais para punir aqueles que se levantam contra a Noiva.

O primeiro ser humano a ser punido com o inferno foi Cain. Cain (!yIq)160 cujo nome significa “possuir ou criar”, foi o primeiro assassino de que as Escrituras nos dão notícias e ligado às trevas tenta impedir o cumprimento da promessa do Senhor quanto ao seu descendente! Ele mata seu irmão tentando então possuir tudo; criar um novo mundo a partir de si mesmo! É interessante que na raiz deste nome temos também a palavra qîn que significa “entoar um canto fúnebre” e qinâ que significa “lamentação”.

O juízo começou a partir daí e dia após dia, todas as vezes que a Noiva foi maltratada, houve juízo! 

E agora, em Apocalipse, o Cordeiro precisa ser morto como uma oferta para cumprir as promessas do fim dos tempos e trazer o juízo contra aqueles que se opuseram aos planos dos céus e tentaram eliminar a noiva para que o plano do Eterno fosse frustrado.

Nós então quando ofertamos um cordeiro estamos também liberando juízo sobre os “perseguidores da noiva” e fazendo com que haja uma antecipação de juízo que virá para primeiro calar toda a oposição e segundo para preparar esta noiva para se encontrar com o Noivo!

Há um documento assinado e selado com as punições que deverão ser dadas aos opositores do Eterno; o primeiro a opor-se foi há Satan – o adversário, ou opositor. Então fica claro que a entrega da oferta do Cordeiro julga ao próprio Adversário e faz com que as punições do contrato entrem em vigor contra aqueles que desobedeceram aos mandamentos do Eterno.

  • O Cordeiro e os salvos

Outro verso muito revelador é Apocalipse 7:9 “Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, vestidos de vestes brancas compridas, e com palmeiras em suas mãos”. A entrega do Cordeiro revela no mundo espiritual que os santos estarão diante do Cordeiro salvos e de todas as nacionalidades! A morte do cordeiro trouxe redenção universal e também fez de cada homem que o recebe um vencedor! Somente os príncipes vencedores é que estão ligados à oferta do Cordeiro! Como esta oferta é um mandamento então quem obedece recebe os benefícios por ser já salvo! 

Novamente: a oferta do cordeiro dada por nós não salva ninguém; nós a entregamos justamente porque somos salvos e esta oferta reafirma ainda mais nosso caráter de pessoas justas e obedientes!

As pessoas que aqui são vistas são aquelas que de uma forma direta receberam sua recompensa nos céus por aquilo que fizeram na terra! A sua obediência aos mandamentos e sua conduta fez com que elas recebessem agora nos céus roupas e palmeiras que representam sua vitória; a vitória dos que viveram vidas santas na terra e agora são mostrados assim nos céus! Segundo a tradição judaica quando uma pessoa saía de um tribunal com um ramo de palmeira era sinal de sua vitória! Estes ramos são o sinal nos céus da nossa vitória na terra! 

Imaginamos então que se já houve uma vitória nos céus para os obedientes isso significa que na terra isso também já aconteceu. Lembrando que tudo o que ocorre acontece primeiro nos céus e depois se manifesta na terra através das palavras de um profeta.

O modelo que foi dado ao povo de Israel de ofertar o cordeiro tem um sentido muito especial, pois é através desta oferta que gera-se esta identificação com os céus e também há a questão redenção que é em tese para todos, porém nem todos desejam-na como alguns que a buscam e apegam-se a ela com todas as suas forças!

É interessante também que O cordeiro é o caminho para as fontes de água da vida: “porque o Cordeiro, que está no meio do trono, os apascentará, e guiará ás fontes das águas da vida: e Elohim limpará de seus olhos toda lágrima” Ap 7.17. O sacrifício do Cordeiro nos trouxe a possibilidade de sermos guiados por Ele mesmo às fontes de água e também de sermos consolados pelo Eterno! Maravilha! Este é um privilégio daqueles que entenderam o que significa servir ao Cordeiro!

Aqui a frase em hebraico fica assim: “mabbu´ai maim chaim” – fonte de aguas das vidas. Mas o que isso significa? Significa que a oferta do cordeiro nos possibilita sermos guiados não somente à fonte e águas natural, que é uma provisão para matar nossa sede física, mas também à fonte de águas espirituais que nos levará para uma dimensão de vida diferente desta e que é uma restauração à nossa condição de seres eternos como era Adam.

Quem oferta um cordeiro já descobriu o valor do dinheiro: nenhum! O dinheiro serve apenas para ser nosso servo e para atingir aos propósitos do Eterno nesta terra; devemos gerir nossos recursos de uma tal forma que possamos “elevar o material” ao nível espiritual. Quem é chamado a ofertar um cordeiro – ou mais de um – não é por que tem esse valor “sobrando”, mas é por que foi impactado pela revelação do que significa esta oferta e passa a praticá-la de forma liberal e cada vez mais intensa. 

Para esta pessoa, o dinheiro já não vale mais o que valia anteriormente; ela não está mais presa a ele e usa-o para mudar o curso das coisas ao seu redor através de uma oferta poderosa ordenada pelo Eterno em sua Torah!

Esta pessoa já iniciou sua caminhada rumos às “fontes das águas das vidas” e certamente não desejará interromper sua caminhada pois sua conexão com os céus tornou-se tão intensa e tão íntima que ela só deseja aprofundar-se cada vez mais num relacionamento de obediência aos céus; o que vier posteriormente é “lucro”! 

  • O Cordeiro e os 144.000

Agora temos a relação do Cordeiro com os 144.000 e isso aponta de modo muito claro para o desejo de Ieshua ter discípulos de toda a nação de Israel. O texto nos diz: “E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome dele e o de seu pai” Ap 14.1. Estes são aqueles que tem “escrito” o nome de Ieshua e do Pai em suas testas. Isso não parece estranho? Vamos entender isso; aqui a palavra “escrito” vem do termo hebraico “catub” (AhZ¡m) que significa “escrever, registrar, alistar”. Porém esta palavra está também relacionada com o contrato de casamento. Vejamos o que nos diz a tradição judaica sobre isso: “A assinatura da Ketubá, contrato judaico de casamento, demonstra que os noivos não vêem o casamento apenas como uma união física e emocional, mas também como um compromisso legal e moral. Dois homens seguidores das mitsvot servem de testemunhas no ato da assinatura da Ketubá, assegurando que tudo seja feito de acordo com a prática legal e tradicional judaica”.

Este “contrato de casamento” está escrito na “testa” destas pessoas. Como isso ocorre? Os judeus religiosos usam o tefilin; vejamos do que se trata e entenderemos:

“E as atarás como sinal na tua mão e serão por filactérios entre teus olhos” (Dt.6:8).

O que é 

O termo Tefilin é reminiscente da palavra Tefilá (prece).

Consiste em duas pequenas caixas quadradas de couro de um animal casher, permitidos para consumo. Devem formar um quadrado perfeito e as tiras de couro devem ser pintadas de preto, sem qualquer falha. Dentro de cada caixa encontram-se escritos em pergaminho (que também é feito de um animal casher), quatro parágrafos da Torah. 

A Torah apenas nos diz que devemos “amarrá-los sobre a mão e devem ser como lembrança entre os olhos”. Os detalhes de como devem ser escritos, preparados, encaixados foram transmitidos através da Tradição Oral, a partir de Moshê (Moshé) que recebeu todos os detalhes do procedimento diretamente de D’us, até que foram anotados pelos sábios na Mishná, no Talmud e no Shulchan Aruch, para que não fossem perdidos.

As caixinhas são chamadas de “de-cabeça”- shel rosh “e “de-mão”- shel yad.

A caixinha “de-mão” é colocada sobre o braço esquerdo de maneira a ficar encostada junto ao coração, sede das emoções, com a correia de couro suspensa sendo enrolada na mão esquerda, bem como no dedo médio. Tem uma única divisão com as passagens da Torah em um só pergaminho.

A “de-cabeça” é colocada acima da testa, de maneira a pousar sobre o cérebro. Contém quatro divisões com pergaminhos sobre os quais estão escritas quatro passagens da Torah.

A Torah descreve Tefilin como um sinal de envolvimento do indivíduo expressando seus sentimentos básicos de identificação e valores judaicos. 

Os Tefilin são colocados no braço, junto ao coração e sobre a cabeça a partir do momento em que o menino completa 13 anos, seu bar- mitsvá. Isto significa a ligação dos poderes emocionais e intelectuais a serviço de D’us. 

As tiras, estendendo-se do braço para a mão e da cabeça às pernas significam a transmissão da energia intelectual e emocional para as mãos e os pés, simbolizando sentimento e ação.

  • Conteúdo

Os quatro parágrafos da Torah que se encontram dentro dos Tefilin são:

•Shemá Israel – Proclama a Unidade Divina, base fundamental da fé judaica: descreve a ordem Divina de colocar os Tefilin sobre a mão e a cabeça. 

•Vehayá Im Shamoa – Expressa a promessa de D’us, da compensação que nos advirá da observância dos preceitos da Torah e o aviso da retribuição pela desobediência aos mesmos 

•Cadêsh Li – O dever de Israel de sempre relembrar a redenção da escravidão no Egito. 

•Vehayá Ki Yeviachá – Recorda o dever de cada pai judeu de ensinar a seus filhos todos estes temas. 

Agora podemos então entender que o contrato de casamento está no Tefilin e fica entre os olhos destas pessoas como um sinal e que estes judeus pertencem a Ieshua como seus discípulos especialmente chamados para isso!

Mas qual é a idade deles? O outro texto de Apocalipse nos diz: “Estes são os que não foram contaminados com mulheres, porque são virgens. Estes são os que seguem ao Cordeiro para onde quer que for. Estes são os que dentre os homens foram comprados por primícias para Elohim, e para o Cordeiro” Ap 14.4. Pela tradição judaica, estes são meninos que completaram seu bar-mitzvá, ou seja, eles tem 13 anos e agora se tornam discípulos de Ieshua e o seguem por onde quer que Ele vá! Eles tem uma marca distintiva – seus tefilin – que demonstram que são os discípulos do Cordeiro.

Quando “o Cordeiro” foi entregue e morreu, Ele de fato liberou esse discipulado em santidade para nossas vidas; os meninos no texto serão escolhidos entre os israelitas, mas esta “unção” para ser discípulo de Ieshua já está disponível, para que nossa mente possa ser totalmente ocupada com a Sua Palavra e isso fará toda a diferença, pois poderemos segui-lo por onde quer que Ele vá! O tefilin protege nossa mente e coração contra a corrupção das trevas e também contra os enganos que o maligno tenta plantar em nós com padrões que não são aceitáveis quando colocados lado a lado com as Escrituras!

A oferta do cordeiro libera então uma “unção” para que possamos guardar a Palavra do Eterno em nossa mente e coração! A mente é destravada para receber e processar o conhecimento das Escrituras fazendo com que as profundezas daquilo que é aprendido possam se desdobrar em mais conhecimento além de uma profunda retenção destas verdades em nosso coração, o que nos levará a uma prática dos mandamentos que certamente frutificarão de uma outra forma: as bênçãos haverão de nos seguir, conforme está escrito: “E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do IHVH teu Elohim” Dt 28.2.

  • Vitória sobre os opositores

Agora os opositores do Cordeiro também aparecem aqui, mas aparecem para serem vencidos: “Estes combaterão contra o Cordeiro, mas o Cordeiro os vencerá: (porquanto ele é o Senhor dos senhores, e o Rei dos reis) e os que estão com ele, são os chamados, e eleitos, e fiéis” Ap 17.14. É notável que quando entregamos nosso cordeiro temos também à nossa disposição esta prerrogativa de lutarmos contra os inimigos de Ieshua e sermos vitoriosos! E o texto ainda diz que essa prerrogativa é somente para os “eleitos e fiéis!” Maravilha!

O princípio é que a entrega do cordeiro libera nossa vitória sobre os inimigos de Ieshua – que são também nossos inimigos – e isso nos fará caminhar de uma forma totalmente diferente, se antes tínhamos medo, agora não; se estávamos vacilantes, agora teremos a certeza de que aquele que se levantou contra nós certamente cairá!

Precisamos compreender que os inimigos não se levantam para nos matar; eles aparecem e a cada vez que isso acontece há uma nova etapa em nossas vidas.

Isso aconteceu com outros homens como nós. Veja David. Um rapaz que era o menor de sua casa, completamente desconhecido, cuidando de um rebanho de ovelhas, solitário, mas era alguém que era naquele momento o foco das atenções dos céus. Ele precisava sair do anonimato mas isso somente ocorreria no tempo certo e da forma correta. Nada de marketing antecipado, com uma festa de apresentação do “grande homem de D-us”! 

Havia somente o homem, David (este nome significa “Amado” em hebraico). Ele já era amado nos céus e descobriria em breve que seria também amado na terra! 

Era um jovem habituado às pequenas batalhas, que prepararam seu espírito para algo maior, pois quando as lutou estava sempre só… A falta de opção fez de David um guerreiro forte que certamente sonhava com um tempo em que ele lutaria de verdade pelo Eterno e por Israel.

Surge a oportunidade… mas não a oportunidade “fabricada”, forjada pelos homens, mas algo preparado pelos céus para exaltar a David.

O grande inimigo veio para, a principio destruir a Israel, mas como isso é literalmente impossível, ele tentava de todas as formas intimidar aos guerreiros do rei Sha´ul. Ninguém se atrevia a lutar com ele – Goliat.

Naquele tempo os céus já sabiam da vitória de David; os querubins já haviam se posicionado e vencido aos principados que governavam aquela região. Já estava tudo pronto nos céus, quando aparece David e se revolta por que um homem insultou ao Eterno… e ele vai em busca de vingança; isso aconteceu não na sede de ter o poder pelo poder, mas sim pelo privilégio de honrar aos céus com sua confiança no Eterno…

E foi o que aconteceu, pois Goliat apareceu para glorificar a David; os filisteus atacaram a Israel para darem uma oportunidade a um príncipe de tomar seu lugar na história. 

Assim será com cada um de nós, quando entendermos que nossa tsedacá – oferta de justiça – é entregue para quebrar também tais grilhões. 

David sai do anonimato para ocupar o trono de Israel, que posteriormente se chama “A Casa de David”!

Impossível? Não; mas isso ocorre apenas na vida daqueles que entenderam que o cordeiro é ofertado para que aquilo que é espiritual nos alcance primeiro vindo depois o material. Quem sabe não é você o próximo príncipe?

  • O Cordeiro e a Hadasha Ierushalaim

Finalmente temos a questão da comunhão com os céus. O texto nos diz: “E nela não vi templo, porque o seu templo é o IHVH El Todo-poderoso, e também o Cordeiro”. E a cidade não tem necessidade de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Elohim a alumiou, e o Cordeiro é a sua lâmpada” Ap 21.22-23. 

O cordeiro é a sua lâmpada… A palavra “lâmpada” é ner em hebraico com o mesmo significado. Mas na raiz da palavra temos o termo “menorah” que é o candelabro de sete hastes que ficava no Tabernáculo e depois no Templo em Jerusalém. A luz que iluminava o Tabernáculo e o Templo eram a mesma luz que agora brilha na cidade que se chama Jerusalém Restaurada – Hadasha Ierushalaim. Havia uma instrução acerca do acendimento e manutenção da menorah: “E falou o IHVH a Moshe, dizendo: Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite de oliveira, puro, batido, para a luminária, para acender as lâmpadas continuamente. Aarão as porá em ordem perante o IHVH continuamente desde a tarde até à manhã, fora do véu do testemunho, na tenda da congregação: estatuto perpétuo é pelas vossas gerações. Sobre o castiçal puro porá em ordem as lâmpadas perante o IHVH continuamente” Lv 24.1-4. As lâmpadas deveriam permanecerem acesas sempre… e isto é um estatuto perpétuo. Sabe por que isso? A menorah foi dada a Moshe em um modelo dos céus para ser confeccionada na terra, e isso nos mostra que na eternidade há uma luz que nunca se apaga e esta luz é o Cordeiro! Aleluia!

Agora há um verso em Provérbios que faz a conexão disso de uma forma fantástica: “A alma do homem é a lâmpada do IHVH, que esquadrinha todo o mais íntimo do ventre” Pv 20.27. O Eterno colocou dentro do homem uma lâmpada – ner – para brilhar por onde ele for, mas Ele no tempo certo resgata estas lâmpadas ambulantes e as leva para um lugar onde continuarão brilhando juntamente com a Lâmpada principal, que iluminará uma cidade de luzes, Ieshua!

Este texto que encerra Apocalipse nos informa que O Cordeiro nos dará oportunidade de termos comunhão num nível jamais visto aqui na terra, mas isso já se iniciará aqui com a presença do Eterno e de Ieshua em nossas vidas de uma forma muito intensa! A entrega do Cordeiro abriu isso para cada um de nós; agora precisamos entrar nesta dimensão e desfrutar desta presença!

A oferta do cordeiro nos conecta não somente com a eternidade mas com a Hadasha Ierushalaim e nos faz brilhar ainda mais aqui na terra para que quando chegarmos no Olam Haba – mundo vindouro – possamos continuar brilhando e finalmente nos reuniremos ao Sol da Justiça, o Desejado das Nações que nos resgatou e nos preparou para este momento glorioso!

  • Conclusão:

Que possamos a cada dia entender que quando O Cordeiro é entregue em qualquer ocasião os portais eternos são abertos para que possamos desfrutar dos céus aqui na terra. Os padrões eternos já estão aí; agora cabe a cada um de nós entender, agir e desfrutar daquilo que já nos foi dado, desde a fundação da eternidade!

Baruch há Shem!

Mário Moreno.

28 de Tevet de 5775. 

Bibliografia

R. Laird Harris; Gleason L. Archer Jr; Bruce K. Waltke – Novo Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. São Palo, Vida Nova, 1998.

Jewish Enciclopaedia – diversos tópicos com partes traduzidas no texto. http://www.jewishencyclopedia.com/

Consultas no site do Beit Chabad Brasil. http://www.chabad.org.br/

Bíblia eletrônica DAVAR 3 para os textos hebraicos da Tanach e Brit Hadasha.

Fonte: www.ministerioengel.com

 

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