Muçulmana desiste de ser ‘mulher-bomba’ e se torna missionária: “Deus me resgatou”

A mulher acabou se convertendo ao Evangelho após ter uma visão de Jesus em um sonho e ser discipulada com um colega cristão.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN POST

ATUALIZADO: 17 de junho de 2019

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Partidos extremistas islâmicos do Paquistão investem na radicalização de mulheres para a Jihad. (Foto: Reprodução/islam.ru)
Partidos extremistas islâmicos do Paquistão investem na radicalização de mulheres para a Jihad. (Foto: Reprodução/islam.ru)

 

Uma paquistanesa que quase se explodiu em nome de Alá, diz que uma jornada espiritual que começou com um sonho a transformou completamente, de uma adolescente jihadista em uma cristã devota, que está fazendo discípulos para Cristo em sua região.

Nascida em 1982, de pais muçulmanos tradicionais em uma nação de maioria islâmica (97%), uma das coisas que Esther (um pseudônimo usado para fins de segurança) sempre quis foi ter o reconhecimento de seu pai. Mas esse sonho nunca se realizava.

Mesmo tendo se saído bem na escola primária, Esther e outras mulheres de sua comunidade não tinham permissão para cursar o ensino médio, a menos que tivessem a aprovação de seus pais ou parentes do sexo masculino mais próximos.

Mas a única maneira de o pai de Esther aprovar sua ida à escola seria se ela concordasse em se juntar a uma organização política islâmica socialmente conservadora, cujo objetivo era transformar o Paquistão em um Estado islâmico, regido pela lei da Sharia.

A organização, à qual seu pai havia juntado cerca de três anos antes, se chama Jamaat e-Islami.

“Quando entrei pela primeira vez, eles nos ensinaram a fazer tudo o que Alá ordena. Um dia… eles disseram que quem quer que dê sua vida por Alá, Alá pagará tudo isso e também seus pais irão para o céu”, disse Esther ao Christian Post em uma entrevista por telefone.

“Minhas intenções eram fazer meu pai feliz porque ele não me aceitou. Eu pensei, assim, que eu poderia mostrar ao meu pai que, por causa de uma garota, ele iria para o céu. Foi por isso que eu levantei minha mão, para ser uma voluntária na Jihad”, acrescentou.

Embora Esther tenha se dedicado a se tornar uma ‘mulher-bomba’, disposta a suicidar-se para matar judeus ou cristãos e agradar a Alá, como ela conta em seu novo livro “Defying Jihad”, um sonho alterou completamente a trajetória de sua vida.

A biografia se tornou o primeiro livro sobre intolerância religiosa lançado pela Amazon. A obra chega pouco depois de o Paquistão ter sido classificado como o quinto pior perseguidor país de cristãos em todo o mundo mundo, de acordo com a atualização de 2019 da lista de perseguição religiosa mundial da Portas Abertas.

Testemunho

Quando Esther se juntou ao grupo extremista ‘Jamaat e-Islami’, no ensino médio, ela disse ao Christian Post que na época acreditava que faria um “bem” ao mundo, por meio de seu trabalho social e educação para aqueles que não podem ir à escola.

Mas à medida que ela se envolvia mais na organização, Esther disse que seus olhos foram abertos para a realidade do que o Jamaat e-Islami estava tentando promover.

“Sempre que estavam ensinando, os mestres diziam que os cristãos são inimigos e que os judeus são nossos inimigos”, lembrou Esther. “Portanto, nos falavam que ‘temos que tornar essa Terra limpa, matando-os ou fazendo com que eles escolham entre pagar altos impostos ou se converterem ao islamismo”.

Embora o Jamaat e-Islami não admita que eles tenham uma afiliação a entidades terroristas, Esther afirmou claramente que o grupo tem laços com o terrorismo.

“Eles apoiam [grupos terroristas] e fazem todo tipo de coisa”, ela afirmou.

Quando Esther foi para casa contar a seus pais que ela havia se oferecido para promover a “jihad”, seus pais ficaram felizes em ouvir a notícia de que sua filha adolescente iria se matar pela glória de Alá.

Esther disse que seus pais lhe lembraram que ‘todo mundo vai morrer um dia e que o modo como ela estaria morrendo é considerado um privilégio’.


Paquistão é de maioria islâmica, com forte atuação de extremistas muçulmanos. (Foto: Reuters)

O homem da luz

Mas cerca de dois dias antes de Esther ir para sua missão suicida, ela teve um sonho, no qual se assentou em um cemitério escuro. O sonho veio depois que ela adormeceu, durante a oração muçulmana matinal.

“Eu estava em um cemitério e tudo era muito escuro. Eu estava procurando uma saída para fugir da escuridão. Enquanto eu tentava sair daquele cemitério, vi uma luz aparecer”, contou ela. “E a luz tinha braços, mãos e rosto. Eu perguntei: ‘É um homem feito de luz?’. Eu nunca havia visto aquilo antes. Se fosse um anjo, deveria haver asas atrás dele, mas não havia asas, apenas um homem feito de luz”.

Esther disse que no sonho, falou com o homem da luz e ele a respondeu: “vem e segue-me”.

No entanto, Esther disse ao homem que ela não queria segui-lo. Nesse ponto, o homem da luz foi mais enfático: “Ester, vem e segue-me”. Ester novamente recusou e, pela terceira vez, ele a chamou: “Minha filha, vem e segue-me”.

“Era como se Ele tivesse uma conexão com meus pensamentos. Ele começou a andar e todos os arbustos e pedras foram retirados do caminho”, disse Esther.

“Eu vi a luz que iluminava o caminho. Eu comecei a seguir pelo caminho que a luz mostrava. O homem de luz então parou em frente um túmulo e disse: ‘Saia’. E a pessoa que estava naquele túmulo saiu. Eu questionei: ‘Por que você está dando vida a pessoas mortas?’ e Ele respondeu: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida’. Essas palavras, eu nunca havia ouvido antes. Então pedi a Ele que me ajudasse a sair daquele cemitério”, relatou.

Esther disse que ela foi então trazida para um “lugar incrível” com uma parede de ouro e muita luz natural. Naquele ponto do sonho, ela acordou.

“Eu não consegui dormir depois daquele sonho. Eu estava pensando em quem seria aquele homem da luz e o porquê Dele me chamar de Esther”, ela contou. “Por que ele disse que era o caminho, a verdade e a vida? Por que ele não me chamou pelo meu nome real?”

Ela contou a uma colega na escola sobre seu sonho no dia seguinte. Tal colega era cristã, mas Ester se recusou a aceitar orações dela. Crescendo no Paquistão, Esther aprendeu que cristãos e judeus são “infiéis” e que ela não deveria se misturar com eles.

No dia seguinte, a colega deu a Esther uma fita cassete e dois livros. Um dos livros continha o Evangelho segundo João e a fita continha uma leitura dos quatro Evangelhos. Ester destruiu os materiais.

No terceiro dia após seu sonho, Esther teve que levar sua mãe ao hospital para exames de rotina e conheceu um homem cristão, chamado John.

Quando John não a cumprimentou com a tradicional saudação muçulmana, ela descobriu que ele era cristão. Ela perguntou por que ele não era muçulmano.

“Ele respondeu com outra pergunta, me questionando se o Islã poderia nos dar a salvação. Eu disse: ‘Sim’. Ele disse: ‘Acho que você não leu seu Alcorão direito”, lembrou Esther. “Ele continuou: ‘Você leu no Alcorão a passagem em que Alá diz algo a Maomé para dizer aos seus seguidores? A passagem diz: Eu não sei o que vai acontecer comigo e o que acontecerá com todos vocês”.

Esther disse que achava que John havia criado sua própria versão do Alcorão para desencaminhá-la. Então ela foi para casa, procurar aquele trecho (“surata”) em seu próprio Alcorão. Mas ao ler o livro, ela constatou que John tinha razão.

“Eu pensei que se o líder não soubesse o que aconteceria com ele, e quanto aos seguidores?”, Disse Esther. “Este foi o ponto em que voltei e comecei a ler a Bíblia com John.”

“O plano de Deus”

Quando ela aprendeu sobre a história da rainha Ester no Antigo Testamento, ela pediu a John para interpretar seu sonho com o homem da luz.

“Ele [John] disse que José teve um sonho e esse sonho tem significados”, explicou Esther. “Da mesma forma, Deus me deu o sonho. John explicou: ‘Você não está aqui por causa do meu esforço. Você está aqui por causa do plano de Deus’. Então ele abriu o livro em João 14: 6, que diz: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida’.

Nesse ponto, Esther não se conteve e rompeu lágrimas.

“Eu era uma menina tão má e Deus veio para salvar a minha vida”, disse ela. “Eu ia matar o povo Dele, mas Ele veio para salvar minha vida e minha alma também”.

Esther disse que ela viveu como uma cristã secretamente por alguns meses até que seus pais exigiram que ela se se casasse com um homem [muçulmano] que eles escolheram. Mas ela se recusou e disse à mãe que queria se casar com um homem cristão.

Depois de contar à mãe sobre sua nova fé, Esther disse que sua mãe a espancou. A mãe de Esther esperou alguns meses antes de contar a seu pai, o mais radical. Depois que o pai foi informado, ele contou às pessoas na mesquita sobre a nova fé de sua filha.

Nesse ponto, Esther disse que as pessoas se reuniram para matá-la.

“Todos os dias eu pensava que seria meu último dia, então estaria no céu com o Senhor Jesus”, disse ela.

Enfim, Esther acabou se casando com John, mas o casal foi forçado a se esconder, porque o pai dela se sentiu tão desonrado, que passou muito do seu tempo se esforçando para encontrar e matar o casal.

Depois de dois anos em fuga no Paquistão, o casal e sua filha escaparam como solicitantes para a Malásia, onde conseguiram asilo como refugiados e serviram como missionários, evangelizando muçulmanos e os incentivando a fazer como Esther fez um dia: investigar a verdade em seu próprio Alcorão.

“Nós estávamos apenas dizendo a verdade através de seus próprios livros, assim como John usou o Alcorão para me dizer a verdade”, explicou Ester, acrescentando que o casal evangelizou 10 muçulmanos e um adepto da seita ‘sikh’, durante curto período de oito anos.

Em 2016, Esther e John receberam a aprovação para se reinstalar nos Estados Unidos, onde receberam seus ‘green cards’.

Nos EUA, o casal serve uma agência de envio de missões chamada Globe International, para evangelizar não-cristãos que se instalam nos EUA.

“Estamos trabalhando com comunidades internacionais do Marrocos, Irã e Iraque. Estamos trabalhando entre migrantes, refugiados e estudantes que estão aqui para estudar”, disse ela. “Nós os convidamos para nossa casa e os hospedamos. Nós preparamos as refeições para eles. Nós mostramos que nos importamos com eles. Estamos tentando fazer uma ponte entre eles e Jesus Cristo”.

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