No próximo dia 18 de outubro de 2020 será celebrado o “Rosh Chodesh”, o cabeça do mês de Cheshvan, dando início ao novo mês, oitavo mês do calendário religioso judaico e o segundo mês do calendário civil, que também é chamado de “Mar-cheshvan”.

Qual o motivo de acrescentar a palavra “Mar” antes do nome do mês? “Mar” significa “amargo”, devido ao fato deste mês não ter nenhum dia de festa, ou grandes celebrações. “Mar” significa também “água”, fazendo uma conexão com as chuvas, pois no dia 7 de Cheshvan, que será dia 25 de outubro de 2020 conforme calendário no Brasil, os judeus iniciam as orações por chuva, para que a Nação de Israel receba as bênçãos de Deus.

Outro fato marcante que aconteceu neste mês, de acordo com os relatos bíblicos e a história do povo judeu, foi o Grande Dilúvio, que começou no dia 17 de Cheshvan (04 de novembro de 2020) e só parou no ano seguinte, no dia 27 de Cheshvan (14 de novembro de 2020).

Noé e sua família sobreviveram e um par de cada espécie animal, que haviam entrado na arca com eles. A arca foi construída com orientação de Deus. Noé passou 365 dias dentro da arca, um ano solar, ou um ano e 11 dias no calendário lunar.

Ofertas para um novo tempo

“E edificou Noé um altar ao SENHOR; e tomou de todo o animal limpo e de toda a ave limpa, e ofereceu holocausto sobre o altar”.

(Gênesis 8:20).

Noé entregou a Deus uma oferta de primícias, bem sabemos que o povo de Israel honrava a Deus com as primícias em todas as novas fases, novos tempos e em momentos de grandes decisões.  Ao receber a oferta Deus prometeu que não enviaria novamente um dilúvio sobre a terra para destruir a humanidade. Um sinal desta promessa foi o aparecimento do arco nos céu (o arco-íris).

O Rosh Chodesh é marcado pelo aparecimento da lua nova, é um marco para o povo judeu, anunciando um tempo novo. Por isso, o costume de se entregar as primícias neste dia, como um ato de consolidar novas conquistas.

De acordo com os sábios judeus e os rabinos, o mês de Cheshvan é um tempo reservado para a o Messias, e de acordo com a crença judaica será o tempo para a inauguração do Terceiro Templo. A chuva está associada ao homem, ao Templo ou a tabernáculos, se houver orações e ofertas sobre o altar as chuvas virão.

“Quando Salomão acabou de construir o templo do Senhor e o palácio real, executando bem tudo o que tinha em mente realizar no templo do Senhor e em seu próprio palácio, o Senhor lhe apareceu de noite e disse: ‘Ouvi sua oração, e escolhi este lugar para mim, como um templo para sacrifícios’.

‘Se eu fechar o céu para que não chova ou mandar que os gafanhotos devorem o país ou sobre o meu povo enviar uma praga, se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra’”.

(2 Crônicas 7:11-14).

Quando o último judeu chegar a sua casa

Quando o segundo Templo estava erguido e as festas judaicas eram celebradas e os peregrinos subiam a Jerusalém, quando chegava o dia 7 de Cheshvan (25 de outubro de 2020), os judeus mais distantes do Templo Sagrado, aqueles que residiam às margens do Rio Eufrates, a uma distância de 15 dias de caminhada de Jerusalém, chegavam a casa voltando da peregrinação da Festa de Tabernáculos. Quando todos os judeus estavam em casa em segurança, ai sim deveriam iniciar as orações por chuva.

7 de Cheshvan (25 de outubro de 2020), marca o retorno às atividades cotidianas, depois das festas bíblicas do mês de Tishrei, com muitas celebrações. Período em que Deus abre as janelas do céu, para fazer florescer toda semente depositada em Sua Presença.

O vento sopra e a chuva cai

“v’ten tal u’matar” (Tu fazes soprar o vento e cair a chuva), as orações por chuvas são feitas por todos os judeus ao amanhecer, e elas têm como data oficial 7 de Cheshvan (25 de outubro de 2020),  .

Em Israel, três meses do ano são registradas uma média histórica de zero milímetro de chuva, do mês de maio a setembro, quase não chove. Cinco meses sem chuvas regulares.

A chuva é tão importante, que o nome: “Yorê”. Esse é o nome dado à primeira chuva depois do verão. A última chuva antes do verão também tem nome: “Malkosh”. Esses são os dois nomes bíblicos, que aparecem em Deuteronômio:

“Então darei a chuva da vossa terra a seu tempo, a temporã [yorê] e a serôdia [malkosh], para que recolhais o vosso grão, e o vosso mosto e o vosso azeite.”

(Deuteronômio 11; 14).

Para que haja colheita é preciso ter chuva, para que haja o vinho, o trigo e azeite, precisamos de chuva. Este é o tempo propício para você entregar as suas ofertas, suas primícias e seus dízimos e orar por chuva, para que a sua semente prospere e você tenha uma colheita abundante.

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