A benção dos pais: de geração em geração

Como as bênçãos entre pais e filhos podem ajudar nos desafios do dia a dia.

FONTE: MINISTÉRIO ENGEL

ATUALIZADO: 18 de julho de 2018

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(Foto: Shofar.HaGadol-HaYovel.Teruah.Acharonah)

“E as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te.” (Deuteronômio 6.7)

Na última vez que estive na Terra Santa acabei tendo mais contato com as pessoas e famílias judaicas, o que me possibilitou conhecer melhor a cultura e as tradições, bem como seus costumes e vivências. A maneira como eles praticam a guarda do sábado foi algo que me marcou profundamente. Especialmente na casa de haredi, termo hebraico que quer dizer “temente” e se refere ao judeu ultraortodoxo.

Minha experiência durante o “shabat” na casa deste rabino, próximo à cidade de Jerusalém, foi extremamente interessante. Começando pelo fato de que todos os judeus colocam as melhores roupas para celebrarem o sábado. Na ida para a casa deste rabino já foi orientado sobre os costumes para aquele dia tão especial para o judaísmo.

Enquanto um judeu me explicava os costumes que são transmitidos pelas famílias, de geração em geração, fui entendendo um pouco mais sobre o quanto as tradições judaicas são importantes. A família se reúne no sábado para celebrar, adorar e confraternizar. Por isso, os sábados são esperados com grande expectativa.

A comida é preparada ainda na sexta-feira e servida de forma festiva. Há tanta fartura quanto possível, pois este é um dia especial para as famílias em Israel. Eles compartilham a refeição, confraternizam, celebrando as bênçãos do Eterno. Durante as refeições são lidas varias passagens do Pentateuco, salmos e provérbios.

Neste dia de eles também aproveitam para entoar louvores a Deus, meditar na Torá, composta pelos cinco primeiros livros da Bíblia Sagrada, além de estarem na sinagoga três vezes: no pôr do sol de sexta-feira (que marca o início do shabat), na manhã de sábado e no pôr do sol de sábado, final do shabat.

São proferidas muitas bênçãos e promessas divinas neste dia, mas uma em especial me chamou a atenção: a bênção dos pais. Como muitas destas reuniões são realizadas nas casas dos pais, onde permanecem até o final do sábado, os pais costumam proferir as bênçãos aos filhos.

No início do “kidush”, o palavra hebraica kidush é traduzida como “santificação” ou “separação” e é comumente usada para santificar o shabat, os pais proferem a primeira bênção aos filhos e no final do sábado a segunda bênção.

O pai e o filho na cultura bíblica e judaica é algo muito profundo, pois os significados se fundem mostrando o projeto de Deus, que é a família, a união dos pais e dos filhos. E as bênçãos culturais que os judeus tem o costume de observar são uma profunda revelação da importância que o Senhor dá a este relacionamento.

A palavra hebraica para pai é “Av’” ou paizinho “aba” que significa: fonte, base, começo; já a palavra hebraica para filho é “bar”, “ben” e vem de uma raiz “banach” que significa continuidade, construtor e construção. Pode ver como o pai e o filho se unem: o pai a base, o filho a construção; o pai a fonte e o filho o construtor.

Os judeus acreditam que Deus, na sua onisciência, sabe de antemão que os filhos irão precisar destas bênçãos para enfrentar os desafios da semana. Nós cristãos também deveríamos aprender essa verdade fundamental do judaísmo.

Essas bênçãos são proferidas e transmitidas de geração em geração, conforme o mandamento do Senhor, que diz: “E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te” (Deuteronômio 6.6 – 7).

Nós não sabemos o que pode nos acontecer amanhã, mas Deus sabe que o inimigo faz planos contra nossas vidas. Muitas vezes o inimigo vem contra nossos filhos com doenças físicas, emocionais, mentais ou problemas familiares ou financeiros. Então nosso bondoso Pai Celestial estabeleceu uma forma de nos prevenir e nos blindar contra os ataques do inimigo antes de iniciarmos a semana.

Não é de admirar que os filhos judeus são tão abençoados e felizes enquanto que nós, que não temos essa tradição, enfrentamos tantos problemas que sabemos que são ataques do inimigo.

Por isso, o pai como fonte e o filho como receptor da benção se tornam um pela benção, vencendo o inimigo e seus planos. O pai tomando sua posição de pai, o filho honrando seu pai, formam um elo perfeito onde o inimigo não poderá entrar.

Por Joel Engel, pastor, líder do Ministério Engel, em Santa Maria (RS), Conferencista, autor de várias publicações e fundador do Projeto Daniel, que ajuda crianças órfãs em países da África e no Brasil.

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