ATUALIZADO: 13 de julho de 2018
A frase “Pai nosso, que estás nos céus” abre uma das mais grandiosas lições que o Senhor Jesus Cristo transmitiu a seus discípulos. O anseio em alcançar o coração do Todo Poderoso envolvia os pensamentos daqueles homens, que rogavam dizendo: “ensina-nos a orar” (Lucas 11.1). E neste momento o Mestre pronuncia as palavras mais instigadoras.
Em sua oração, Jesus diz:
Pai-Nosso Que estás nos céus, Santificado seja o Teu nome, Venha a nós o Teu reino, Seja feita a Tua vontade, Assim na terra como no céu, O pão nosso de cada dia nos dá hoje, Perdoa as nossas ofensas, Assim como temos perdoado a quem nos tem ofendido, E não nos deixes cair em tentação, Mas livra-nos do mal. (Mateus 6:9-13)
No Novo Testamento, a palavra traduzida pelo termo “oração”, é a palavra grega “proseuchē”, que significa “invocar, pedir ou suplicar a uma divindade”. Os discípulos queriam aprender qual a maneira correta de conduzir o diálogo da alma com Deus. Queriam saber sobre como o homem pode se comunicar com o Criador.
A palavra usada para orar em hebraico é “hitpallel”, que deriva de um verbo que significa “julgar a si mesmo”. Já a palavra para oração em hebraico é “tefillah”, que deriva do verbo palel (julgar, pensar, crer, rogar). Portanto, o modelo de oração ensinado por Jesus é de uma completa rendição ao Criador.
Render-se ao Criador, conforme o exemplo deixado por Jesus Cristo, significa alcançar uma completa subordinação. Ou seja, servir com dedicação ao Senhor. A palavra servir em hebraico é “avodah”, e na cultura judaica quem ora entende que está servindo de todo o coração.
Vimos isso no artigo anterior: Ensina-nos a orar: a arte de dar prioridade ao Senhor. Neste artigo, quero abordar as profundas lições transmitidas por Jesus Cristo através da oração do “Pai-Nosso”. Mais importante que isso, aprenderemos alguns segredos fundamentais que podemos encontrar no diálogo do homem com o Criador.
Jesus Cristo dividiu esta oração em duas partes, iniciando por uma abordagem a respeito do Arquiteto da Vida. Ele inicia essa primeira parte com as palavras “Pai nosso” (Mateus 6.9). A segunda parte desta oração, conforme podemos ver claramente, o Mestre dos Mestres revela a alma humana, iniciando com a frase: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje” (Mateus 6.11).
Quando Jesus Cristo apresenta Deus como “pai”, Ele está revelando um dos mais profundos atributos do Criador: o amor paterno. Essa imagem era a mais absurda para os judeus, que seguiam regras rigorosas para não pronunciar o nome do Eterno em vão, mas que agora se deparam com o ensinamento de que Deus é “Pai”.
Ao apresentar Deus como Pai, Jesus Cristo está ensinando que temos direitos de filhos. Conforme está escrito: “Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: sermos chamados filhos de Deus, o que de fato somos!” (1 João 3.1). E, como filhos, devemos reivindicar aquilo que o Pai nos oferece (Mateus 7.7).
O fato de Jesus revelar a necessidade paterna do Eterno não reduzia Deus a um nível meramente humano, conforme poderiam imaginar os religiosos judeus. É por isso que o Senhor Jesus continua sua oração enaltecendo a santidade do Todo Poderoso: “santificado seja o Teu nome” (Mateus 6.9).
Neste sentido, Jesus ensina que o Pai deve ser honrado pelo exemplo que Ele é para o homem. Santificar o nome do Senhor é símbolo de honra ao pai. E isso inclui aceitarmos o Reino de Deus (Mateus 6.10) e confiarmos na vontade de Deus (Mateus 6.10).
Após discorrer sobre a personalidade divina, o Senhor Jesus passa a rogar em favor daquilo que caracteriza o anseio da alma humana: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje” (Mateus 6.11). Ensinando sobre as necessidades fundamentais e psíquicas quem envolvem o “pão de cada dia” que homem tanto busca.
Quando aborda o pão, Jesus está tratando tanto das necessidades físicas, dando o direito em oração de que todos os dias Deus proverá com abundância, como também da necessidade psicológica, do “pão” de amor, de acolhimento e aceitação.
Então, Ele fala sobre o perdão que tanto almejamos para nossas falhas e pecados. Ao dizer “perdoa-nos as nossas dívidas” (Mateus 6.12), o Senhor completa ensinando que primeiro precisamos liberar perdão: “assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mateus 6.12).
Em sua conclusão, Jesus Cristo revela a fragilidade humana, dizendo o seguinte: “E não nos deixeis cair na tentação; mas livra-nos do mal” (Mateus 6.13). Jesus nos ensina que se orarmos insistentemente, usando o modelo que ele nos deixou, teremos poder sobre o inferno.
Joel Engel