Lição 17 – Vayikra (Ele chama)

FONTE: Ministério Engel

ATUALIZADO: 28 de março de 2015

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D-us falara anteriormente no monte Sinai, não permitindo que ninguém se aproximasse; agora fala na tenda da congregação, da nuvem no propiciatório no Santo dos Santos, permitindo que o adorador se aproxime dele por intermédio das ofertas.

O início do registro do livro diz assim: “E chamou o IHVH a Moshe, e falou com ele da tenda da congregação, dizendo” (Lv 1:1). A palavra chamar aqui em hebraico é qara que significa chamar, convocar, recitar. Já o termo Senhor é o tetragrama – IHVH – que significa “Eu me torno aquilo que me torno”. Aqui Moshe ouve um chamado, uma convocação da parte daquele que se tornaria para ele aquilo que necessitasse! Nós sabemos que todo o chamado envolve uma missão e toda a missão tem um objetivo e qualquer objetivo que nos é dado pelo Eterno visa sempre o nosso bem e a própria glória de D-us!

Agora o Eterno dá início à apresentação das ofertas que devem ser feitas a fim de expiarem os pecados. “Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta ao IHVH, oferecerá a sua oferta de gado, isto é, de gado vacum e de ovelha” (Lv 1:2). O Eterno inicia usando a palavra “fala”. Esta palavra em hebraico é dabar e significa “falar, declarar, ordenar, advertir”. Já a palavra “dizer” em hebraico é amar e esta palavra significa “ordenar”. Aqui o termo “amar” tem força de uma ordem dada a alguém! Não é algo que se possa escolher, mas sim uma ordem que deva ser cumprida! O termo “oferecerá” em hebraico é qarab e significa “aproximar, chocar-se”. Isso demonstra-nos que devemos nos aproximar juntamente com a oferta do lugar onde será realizado o sacrifício! Nós sabemos que o lugar onde isso acontece é o altar! Já o termo oferta é qorban e significa “oferta, porém denota aquilo que é trazido para perto”. As ofertas estão divididas em:

Holocausto

Oferta de Manjares

Oferta pacífica

Pelo pecado

Pela culpa

As três primeiras são voluntárias; as outras são obrigatórias. Esta oferta deveria ser trazida ao Senhor! A palavra Senhor em hebraico é o tetragrama, e isso significa que o Eterno se tornaria para os ofertantes aquilo que eles necessitassem, ou seja o perdão de seus pecados!

Holocausto

O sacrifício deveria ser assim: “Se a sua oferta for holocausto de gado, oferecerá macho sem defeito; à porta da tenda da congregação a oferecerá [qarab], de sua própria vontade, perante o IHVH” (Lv 1:3). O eterno agora nos fala sobre o “holocausto”, que em hebraico é olâ e significa holocausto, oferta queimada. Esta palavra vem da raiz ´alâ e significa subir, escalar. O holocausto é o único meio de fazer o ofertante “subir” até a presença de D-us. A fumaça da oferta queimada é o símbolo da vida do ofertante que está sobre o altar e é queimada, devorada pelo fogo! Olã significa também “oferta total”, “oferta inteira”; o ato de queimar é secundário em relação à entrega da criatura toda ao Senhor.

Há uma identificação do ofertante com o holocausto, o que simbolizava uma substituição. O altar era reservado para as coisas santas. Aquilo que é oferecido sobre o altar deve ser santo.

O animal deveria ser do rebanho do ofertante, simbolizando que aquilo que era oferecido seria o melhor que ele possuía. Isso envolvia um vínculo emocional entre a oferta e o adorador!

A oferenda da vida ao D-us da vida faz a diferença entre um simples abate de animal e uma oferta sacrificial aceitável.

O animal deveria ser macho e se mancha [perfeito]! Isso já nos reporta para o sacrifício de um macho (homem) com as mesmas características e que deveria ser feito desta mesma forma a fim de haver expiação dos pecados de toda a humanidade!

Este sacrifício deve ser oferecido à porta da tenda da congregação! A palavra “tenda” em hebraico é ohel e significa “habitação, lar, tabernáculo, tenda”. Esta palavra é usada para descrever a tenda nupcial (II Sm 16.2). Isto significa que a tenda era o lugar do encontro de duas pessoas que haveriam de cimentar, consolidar seu relacionamento através do perdão!

Já o termo “congregação” em hebraico é mô´ed e significa “local determinado, local de assembléia”!

Há ainda uma outra palavra que deve ser considerada: “vontade”. Esta palavra em hebraico é ratson, e significa “prazer, satisfação, favor”; uma disposição que dá satisfação àquele que faz!

Os atos descritos acima devem ser realizados “na presença do IHVH”. A palavra “presença” em hebraico é panîm e significa “rosto, semblante”. Esta palavra sempre ocorre no plural, talvez numa indicação de que o rosto é composto de uma combinação de diversos aspectos! Novamente aparece aqui o tetragrama!

A continuidade do oferecimento do holocausto nos demonstra que há algo mais a ser feito neste ato: “E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação” (Lv 1:4). Aqui nos é dito que o ofertante coloca a sua mão sobre a cabeça do holocausto. A palavra “cabeça” em hebraico é rosh e significa “cabeça, pico, cume, parte superior”. O ato de colocar-se a mão sobre a cabeça do olâ (holocausto) demonstra que há uma identificação entre o pecador e a oferta! É como se o pecador estivesse “transferindo” para a oferta tudo aquilo que está sobre a sua cabeça! O peso, as preocupação, a culpa, a opressão como que passam de um para o outro! Este ato é necessário para que o animal seja aceito a favor dele! A palavra “favor” em hebraico é novamente ratson, e significa “prazer, satisfação, favor”; uma disposição que dá satisfação àquele que faz! Este ato de “transferência” devolveria ao ofertante o prazer e a satisfação de viver sem o peso do pecado! Então seria feito aquilo que chamamos de “expiação”! Esta palavra em hebraico é kapar e significa “fazer expiação, fazer reconciliação, purificar”. Esta palavra vem de uma raiz que significa “cobrir, ocultar”. Ou seja, quando o holocausto é feito ao Senhor, o pecado é coberto e quando o Senhor procura pelo pecado Ele somente enxerga o sangue, não encontrando nada mais que uma pessoa coberta pelo sangue!

Há ainda algumas considerações a serem feitas. Uma palavra – qarab – merece nosso destaque nos seguintes versículos, pois ela demonstra-nos a importância do aproximar-se, quase a ponto de chocar-se (indo de encontro a algo) no ato de oferecer o sacrifício. No texto abaixo as palavras grifadas em negrito correspondem ao termo qarab.

“Depois degolará o bezerro perante o IHVH; e os filhos de Aharon, os sacerdotes, oferecerão o sangue, e espargirão o sangue em redor sobre o altar que está diante da porta da tenda da congregação. Então esfolará o holocausto, e o partirá nos seus pedaços. E os filhos de Aharon, o sacerdote, porão fogo sobre o altar, pondo em ordem a lenha sobre o fogo. Também os filhos de Aharon, os sacerdotes, porão em ordem os pedaços, a cabeça e o redenho sobre a lenha que está no fogo em cima do altar; porém a sua fressura e as suas pernas lavar-se-ão com água; e o sacerdote tudo isso queimará sobre o altar; holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao IHVH. E se a sua oferta for de gado miúdo, de ovelhas ou de cabras, para holocausto, oferecerá macho sem defeito. E o degolará ao lado do altar que dá para o norte, perante o IHVH; e os filhos de Aharon, os sacerdotes, espargirão o seu sangue em redor sobre o altar. Depois o partirá nos seus pedaços, como também a sua cabeça e o seu redenho; e o sacerdote os porá em ordem sobre a lenha que está no fogo sobre o altar; porém a fressura e as pernas lavar-se-ão com água; e o sacerdote tudo oferecerá, e o queimará sobre o altar; holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao IHVH. E se a sua oferta ao IHVH for holocausto de aves, oferecerá a sua oferta de rolas ou de pombinhos; e o sacerdote a oferecerá sobre o altar, e tirar-lhe-á a cabeça, e a queimará sobre o altar; e o seu sangue será espremido na parede do altar; e o seu papo com as suas penas tirará e o lançará junto ao altar, para o lado do oriente, no lugar da cinza; e fendê-la-á junto às suas asas, porém não a partirá; e o sacerdote a queimará em cima do altar sobre a lenha que está no fogo; holocausto é, oferta queimada de cheiro suave ao IHVH” (Lv 1:5-17).

Oferta de Manjares

Agora passamos à oferta conhecida como “oferta de manjares”. “E quando alguma pessoa oferecer oferta de alimentos ao IHVH, a sua oferta será de flor de farinha, e nela deitará azeite, e porá o incenso sobre ela” (Lv 2:1). Aqui temos algo interessante, pois a palavra “pessoa” em hebraico é nepesh e significa “vida, alma, criatura, pessoa, mente”. Isso nos demonstra que as atitudes aqui relatadas tidas como “sacrificiais” são determinadas por nossa vontade, pela nossa mente! Ou seja, quando temos a consciência do pecado, o impulso para pedirmos perdão ocorre através de uma operação de nossa mente que nos leva ao ato correto que nos trará o perdão! Novamente encontramos aqui o termo qarab que é traduzido por “oferecer” porém significa aproximar, chocar-se. Este termo aponta para uma oferta. Esta “oferta” é chamada de minhã – oferta de manjares. O termo vem da raiz mnh, que significa “dar”. Remonta a outra raiz nhh, que significa “liderar”, “dirigir”. A palavra indica um presente dado aos superiores, especialmente aos reis, indicando uma atitude de respeito e submissão àquela pessoa.

Novamente percebemos que a oferta é feita ao Senhor. E outra vez aqui temos o tetragrama para traduzir o termo “Senhor”!

A oferta poderia ser feita na forma de flor de farinha ou do cereal cru, o qual era tostado e esmagado, até virar farinha, e então ser transformado em pão ou bolos que eram assados no forno ou fritos no azeite.

A oferta era feita contendo sobre si azeite. A palavra “azeite” em hebraico é shemem e significa óleo, especialmente o azeite de oliva. Incenso fazia parte da minhã. A palavra “incenso” em hebraico é lebônâ; “incenso”. A palavra vem da mesma raiz de: laben – ser (estar) branco e também de lebanâ – tijolo. Isso significa que quando nos achegamos com uma oferta de manjares ao Eterno devemos também ter orado antes – e também durante o período da oferta -, além de estarmos “brancos” [puros], pois ali estamos colocando mais um “tijolo” e construindo nossa vida espiritual!

Não nos esqueçamos que o incenso era um perfume raro e caro! O incenso é um símbolo da oração do crente que deve ser levada à D-us juntamente com nossas ofertas! Oferta sem oração é religião!

Vejamos um outro aspecto desta oferta: “E, quando ofereceres oferta de alimentos, cozida no forno, será de bolos ázimos de flor de farinha, amassados com azeite, e coscorões ázimos untados com azeite” (Lv 2:4). Novamente a palavra “ofereceres” em hebraico é qarab, e significa aproximar, chocar-se. Já o termo “oferta de alimentos” é minhã – oferta de manjares. Esta modalidade é composta de “bolos ázimos”. A palavra “bolo” em hebraico é hallâ e significa bolo assado feito de farinha fina e azeite. Este bolo fazia parte da oferta de primícias (Nm 15.20) e era colocado no altar (Lv 8.26) como uma parte das ofertas queimadas. Era comido pelos participantes como parte da oferta (de comunhão) pacífica (Ex 29.2).

No verso 11 o Eterno nos informa algo de grande importância: “Nenhuma oferta de alimentos, que oferecerdes ao IHVH, se fará com fermento; porque de nenhum fermento, nem de mel algum, oferecereis oferta queimada ao IHVH” (Lv 2:11). Novamente, aqui a palavra “oferta” é minhâ, significando “oferta de manjares”. A palavra “oferecerdes” em hebraico é qarab e significa aproximar. Novamente encontramos aqui o tetragrama e isso nos faz concluir que quando levarmos uma minhâ Aquele que se torna aquilo que precisamos não devemos colocar nela fermento, pois o fermento é um símbolo do pecado e isso é totalmente incompatível com a natureza do Senhor! Como aproximaríamos algo D´Êle como uma oferta que contenha algo que a identifique com o pecado?

O mel não poderá ser oferecido com esta oferta porque seu objetivo era ser dizimado e trazido como primícias (II Cr 31.5).

“E todas as tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; e não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Elohim; em todas as tuas ofertas oferecerás sal” (Lv 2:13). A palavra “sal” em hebraico é melah; ela vem da raiz malah que significa “salgar”. O sal significava um pacto incorrupto, que não se poderia violar. O sal era o símbolo da fidelidade e da constância. A palavra usada aqui para “aliança” é berith – aliança – uma aliança (pacto) acompanhada de sinais, de sacrifícios e um juramento solene que selava o pacto com promessas e bênçãos para quem guardasse a aliança e de maldição para quem a quebrasse. Esta aliança seria feita com Elohim – o D-us Criador!

Não estava envolvida a idéia de expiação, mas sim de propiciação (remoção da ira de D-us por causa do pecado cometido).

Agora a explicação do porque oferecer oferta de manjares das primícias. “E, se fizeres ao IHVH oferta de alimentos das primícias, oferecerás como oferta de alimentos das tuas primícias de espigas verdes, tostadas ao fogo; isto é, do grão trilhado de espigas verdes cheias” (Lv 2:14). Novamente a palavra usada aqui para oferta é minhâ e a palavra “primícias” em hebraico é bikkur e significa “primeiros frutos”. Refere-se às primícias do cereal e dos frutos cuja porção deveria ser dada ao Senhor em oferta de gratidão e utilizada para o sustento dos sacerdotes. Perceba a forma de construção deste verso: “oferecerás como oferta de alimentos das tuas primícias”. No português é um imperativo e isso ocorre também no hebraico; é uma ordem. Só que a palavra “oferecerás” é qarab e significa “aproximar”. Isso nos demonstra que quando vamos ofertar ao Senhor nossas primícias devemos nos aproximar D´Êle da forma correta, ou seja com os frutos das nossas colheitas em mãos!

Podemos ainda dizer – utilizando-nos somente do nosso idioma:

denota primeiro a intenção do ofertante em dar ao Senhor

é um imperativo (ordem) – oferecerás

é uma oportunidade de provar nosso amor à D-us

Novamente há aqui uma mudança, pois o Eterno D-us é chamado de IHVH – Aquele que se torna aquilo que precisamos!

Oferta Pacífica

Agora temos as instruções quanto ao sacrifício pacífico. “E se a sua oferta for sacrifício pacífico; se a oferecer de gado, macho ou fêmea, a oferecerá sem defeito diante do IHVH” (Lv 3:1). A palavra usada aqui para “oferta” é qorban e significa oferta, porém denota aquilo que é trazido para perto. Esta oferta é um sacrifício pacífico. A palavra “sacrifício” em hebraico é zebah, e significa “uma morte”, i.e. a carne de um animal; um sacrifício, oferta. Também desta raiz provém a palavra zebeh, que significa “dote, presente”. Na realidade, esta oferta que dedicamos ao Eterno é algo como que um presente que lhe damos! Esta é chamada de oferta “pacífica”, pois esta palavra vem de shelem, e significa “paz, saúde, inteiro”. Falava da inteira dedicação da parte do ofertante e da paz de D-us a quem as oferece. As gorduras somente eram queimadas, e as carnes eram consumidas pelos sacerdotes e pelo povo, numa ceia de aliança solene, à qual os pobres eram convidados e que prenunciava a paz que seria trazida aos homens pela obra de Ieshua e comemora a Ceia do Senhor. O significado da raiz shlm é “terminar ou completar algo” – de entrar num estado de integridade e unidade, de participação de um relacionamento restaurado.

As relações entre as diversas palavras desta raiz são:

Shalêm – estar completo, sadio.

Shelem – oferta pacífica>

Shalam – estabelecer uma aliança de paz

Shalem – perfeito, inteiro, completo (significava também as pedras inteiras (i. é. não cortadas) do altar e também as pedras lavradas do Templo.

Shillem – recompensa

Ou seja,esta oferta pacífica que era oferecida diante do Senhor. A palavra “diante” é panîm e significa rosto, semblante. Já a palavra “Senhor” em hebraico é o tetragrama!

No verso 2 é explicado mais sobre isso: “E porá a sua mão sobre a cabeça da sua oferta, e a degolará diante da porta da tenda da congregação; e os filhos de Aharon, os sacerdotes, espargirão o sangue sobre o altar em redor” (Lv 3:2). Esta oferta deverá ser “degolada” diante da porta da congregação. A palavra traduzida por “degolar” é shahat e significa “matar, abater”. Percebamos que o ritual de “por a mão sobre a cabeça” – num ato de transferência – é realizado antes da morte do animal! A imposição das mãos era acompanhada pela confissão dos pecados cometidos pelo ofertante. O propósito final desta oferta era – além do perdão de pecados – restabelecer a paz entre o Criador e o pecador.

Oferta pelo Pecado

Uma outra oferta agora é apresentada: o sacrifício pelo erro dos sacerdotes. “Falou mais o IHVH a Moshe, dizendo: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quando uma alma pecar, por ignorância, contra alguns dos mandamentos do IHVH, acerca do que não se deve fazer, e proceder contra algum deles; se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá ao IHVH, pelo seu pecado, que cometeu, um novilho sem defeito, por expiação do pecado” (Lv 4:1-3). O texto declara que Moshe deveria dizer aos filhos de Israel. A palavra “dizer” em hebraico é ‘amar, e significa “ordenar, mandar, declarar, proferir palavra de ordem”. É-lhes ordenado que quando “uma alma pecar por ignorância”, seja oferecido por seu pecado um novilho sem defeito. Mas sabemos que esta “alma” é o sacerdote. A palavra “alma” em hebraico é nepesh e significa “vida, alma, criatura, pessoa, mente”. Novamente percebemos que há uma relação entre aquilo que se faz e a vontade do homem, que é regida por sua mente. A palavra “pecar” em hebraico é hata´ e significa “errar, sair do caminho, pecar, tornar-se culpado”. Já o termo “ignorância” em hebraico é shegagah, “um engano ou transgressão; erro inadvertido, ignorância, sem querer”. Só que neste contexto esta palavra refere-se aos pecados insolentes e arrogantes para os quais nenhuma expiação pode ser feita. O próprio fato de se exigir expiação pelos pecados de ignorância demonstra que a ignorância não é uma desculpa adequada para a violação das leis de D-us. D-us requeria que seu povo conhecessem suas leis e mandamentos! Isso já era requerido do povo, quanto mais do sacerdote!

Agora vemos que o sacerdote é chamado de “sacerdote ungido”. Esta designação em hebraico é kohen mashiah. A palavra kohen em hebraico significa “oficial-mor, sacerdote”. Esta palavra vem de kahan que significa “ministrar na função sacerdotal, agir como sacerdote”. Já a palavra ungido é mashiah e significa “ungido, aquele que é ungido”. De sua raiz ainda provêm os termos mishâ que significa “óleo da unção” e também mashah que significa “ungir, espalhar um líquido”. Ou seja, o sacerdote ungido é aquele que foi separado e sobre ele foi espalhado um líquido (azeite), o que veio a confirmar a sua função e sua unção.

Apesar disso, ele pode também pecar. A palavra “pecar” usada aqui é novamente hata´ e significa “errar, sair do caminho, pecar, tornar-se culpado”. Este pecado é chamado “de escândalo” e aqui esta palavra traduz o termo ashmâ que significa “pecado, motivo da transgressão, culpa”. O sentido da raiz é “ação que traz culpa”. Isso parece ser algo feito deliberadamente e conseqüentemente algo de difícil expiação! A palavra “povo” aqui é ´am e designa o povo de Israel como uma nação. O pecado deste homem seria tão abrangente que traria danos à toda a nação de Israel, sobre a qual ele fora constituído sacerdote!

O novilho sem mancha deveria ser oferecido à IHVH como hatta’t, “oferta pelo pecado”. O ato aqui significaria que o novilho seria para o Senhor como a vítima e o Eterno se tornaria para este pecador como o seu perdão.

Quando o pecado é mais abrangente e como que “cobre” todo o povo, então o procedimento de vê ser o seguinte: “Mas, se toda a congregação de Israel pecar por ignorância, e o erro for oculto aos olhos do povo, e se fizerem contra alguns dos mandamentos do IHVH, aquilo que não se deve fazer, e forem culpados, e quando o pecado que cometeram for conhecido, então a congregação oferecerá um novilho, por expiação do pecado, e o trará diante da tenda da congregação, e os anciãos da congregação porão as suas mãos sobre a cabeça do novilho perante o IHVH; e degolar-se-á o novilho perante o IHVH” (Lv 4:13-15). A primeira coisa a ser notada aqui é a palavra “congregação”. Esta palavra vem do hebraico ´edâ e significa “congregação, assembléia, multidão, povo, enxame”. Uma outra coisa interessante é o termo “Israel”, mostrando-nos pelo contexto que este povo é uma grande parte representativa de todas as tribos da nação! É dito sobre eles que “se pecarem por ignorância…”. A palavra “pecar” aqui em hebraico é shagâ e significa “extraviar-se, desencaminhar-se, pecar”. Este pecado ocorre justamente por um motivo: pela falta de orientação dos sacerdotes!

É dito que quando o pecado for conhecido, a congregação deverá oferecer um novilho perante o Senhor! A palavra usada aqui para “congregação” é qahal e significa “congregação,assembléia, grupo”. Este termo aqui é específico para um grupo dentro de Israel. Neste caso, aqueles que não cometeram o pecado supra citado deverão intervir e colocar-se como intercessores pelos pecados dos outros! Já quando é dito que “os anciãos da congregação porão as mãos sobre o novilho”, a palavra “congregação” ali é novamente ´edâ, demonstrando-nos que aqueles que pecaram é que devem “transferir” a sua culpa – neste caso do grupo inteiro – sobre o sacrifício. Novamente o termo “Senhor” é o tetragrama!

O resultado disso está expresso no verso 20: “E fará a este novilho, como fez ao novilho da expiação; assim lhe fará, e o sacerdote por eles fará propiciação, e lhes será perdoado o pecado” (Lv 4:20). A palavra “expiação” em hebraico é kapar e significa “fazer expiação, fazer reconciliação, purificar”. O pecado deles seria coberto, purificado e haveria ainda o perdão do pecado. A palavra “perdão” em hebraico é sallah e significa “pronto a perdoar, disposto a perdoar, perdoador”. Esta palavra nos dá a dimensão daquilo que acontece: quando o sacrifício é feito já há uma disposição no coração do Eterno para liberar o perdão aos seus filhos! Ele não nos espera decidirmos se queremos ou não nos arrepender, pois quando nos achegamos à Ele já existe em seu coração uma disposição em nos reabilitar diante dele mesmo!

Agora temos a modalidade de sacrifício pelo pecado de um príncipe. “Quando um príncipe pecar, e por ignorância proceder contra algum dos mandamentos do IHVH seu D-us, naquilo que não se deve fazer, e assim for culpado; ou se o pecado que cometeu lhe for notificado, então trará pela sua oferta um bode tirado das cabras, macho sem defeito; e porá a sua mão sobre a cabeça do bode, e o degolará no lugar onde se degola o holocausto, perante a face do IHVH; expiação do pecado é” (Lv 4:22-24). Quando a escritura nos fala sobre “ignorância” a palavra em hebraico aqui é shagâ e significa “extraviar-se, desencaminhar-se, pecar”. Esta pessoa que é um dos líderes tribais deveria também trazer à presença do Eterno o seu sacrifício. Este seria uma “oferta” – qorban e significa “oferta, porém denota aquilo que é trazido para perto” – e esta oferta deveria ser especificamente de um bode. A palavra bode vem do termo ez que significa bode, cabra, cabrito. Sabemos tratar-se de um bode por que na continuidade do verso é-nos dito que ele deve ser macho, que em hebraico é zakar. Após o bode ser levado à presença do Senhor o ofertante deve por a mão sobre sua cabeça. A palavra “por” em hebraico é samak e significa “apoiar-se em, colocar por, escorar, apoiar”. O que deveria ser “apoiado” na cabeça do bode? Seria a yad – mão do ofertante. Aqui a palavra bode não é genérica, mas sim específica. A palavra é sa´îr, e significa bode! Novamente a palavra “Senhor” é o tetragrama.

Oferta pela culpa

Agora trataremos do pecado de blasfêmia de alguém. “E quando alguma pessoa pecar, ouvindo uma voz de blasfêmia, de que for testemunha, seja porque viu, ou porque soube, se o não denunciar, então levará a sua iniqüidade” Lv 5:1). A palavra “blasfêmia” em hebraico é ´alâ e significa “jurar, fazer um juramento solene”. A palavra “testemunha” em hebraico é ´ed com o mesmo significado. Já o termo “iniqüidade” é ´avon e significa “perversidade, iniqüidade”. Isso significa que quando estivermos diante de um tribunal ou testemunhando sob juramento devemos falar tudo aquilo que sabemos ser a verdade! Caso contrário a escritura nos informa que aquela pessoa que deu testemunho levará a perversidade, a culpa, a iniqüidade do fato por não proceder de forma correta!

Estas ofertas nos ensinam que deve haver uma postura totalmente diferente daquela que observamos diariamente, pois percebemos que para cada pecado há uma oferta de expiação. Não devemos nos enganar, pois mesmo aqueles pecados considerados “pequenos” precisam ser expiados! Não se vê ninguém ser sequer disciplinado por dizer mentiras, por dar falso testemunho, por roubar, etc… mas somente por aqueles pecados que consideramos “pecadões” e que geralmente estão ligados à área sexual!

Que o Eterno nos ajude a entendermos que cada ato praticado por nós precisa da propiciação do sangue de Ieshua sobre nossas vidas!

Que nunca deixemos de clamar por este sangue!

Fonte: www.shemaysrael.com

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