Lição 16 – Parashá Pekude (Recenseamentos)

FONTE: Ministério Engel

ATUALIZADO: 20 de março de 2015

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A lição da escola profética desta semana é a Parashá Pekude (Recenseamentos) uma das porções da Torah. Porque assim como Deus mandava o Maná todos os dias, e no sábado vinha o maná dobrado, assim também, toda palavra que é liberada a cada semana, que são as parashás, vem um Mazal que é uma unção para cada semana.

A Parashá desta semana começa hoje 20/03 e vai até o dia 27/03.

Ex 38.21 – 40.38 / I Rs 7:51 – 8:21 / Hb 8:1-12

 

Na Parasha desta semana estaremos falando sobre a finalização da obra e a entrega do Tabernáculo à Moshe, assim como sua consagração e a manifestação do Eterno em aprovação à obra que os filhos de Israel realizaram.

Moshe relata que houve uma “enumeração” (pekude) do material gasto na obra do Tabernáculo: “Esta é a enumeração das coisas usadas no tabernáculo do testemunho, que por ordem de Moshe foram contadas para o ministério dos levitas, por intermédio de Itamar, filho de Aharon, o sacerdote. Fez, pois, Bezalel, o filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Iehuda, tudo quanto o Senhor tinha ordenado a Moshe. E com ele Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dan, um mestre de obra, e engenhoso artífice, e bordador em azul, e em púrpura e em carmesim e em linho fino. Todo o ouro gasto na obra, em toda a obra do santuário, a saber o ouro da oferta, foi vinte e nove talentos e sete-centos e trinta siclos, conforme ao siclo do santuário; e a prata dos arrolados da congregação foi cem talentos e mil e setecentos e setenta e cinco siclos, conforme o siclo do santuário; um beca por cabeça, isto é, meio siclo, conforme o siclo do santuário; de todo aquele que passava aos arrolados, da idade de vinte anos para cima, que foram seiscentos e três mil e quinhentos e cinqüenta. E houve cem talentos de prata para fundir as bases do santuário e as bases do véu; para as cem bases cem talentos; um talento para cada base. E dos mil e setecentos e setenta e cinco siclos fez os colchetes das colunas, e cobriu os seus capitéis, e os cingiu de molduras. E o cobre da oferta foi setenta talentos e dois mil e quatrocentos siclos. E dele fez as bases da porta da tenda da congregação e o altar de cobre, e o crivo de cobre e todos os utensílios do altar. E as bases do pátio ao redor, e as bases da porta do pátio, e todas as estacas do tabernáculo e todas as estacas do pátio ao redor” (Êx 38:21-31).

No relato acima percebemos que houve um zelo muito grande da parte daqueles que protagonizaram esta construção, além de notarmos também que houve um gasto muito grande em ouro e prata na construção das peças do Tabernáculo. Neste ponto do relato são citadas somente as bases do Tabernáculo que foram confeccionadas com a prata ofertada. O aspecto interessante aqui é que as bases do Tabernáculo eram cobertas de ambos os lados com prata: na base (que ficava enterrada na areia do deserto) e no topo, como ornamento. Mas, nós perguntaríamos, porque as bases teriam esta cobertura de prata que ficariam enterradas na areia do deserto e desapareceriam da vista humana? Isso é simples, pois todos sabemos que as altas temperaturas da areia do deserto corroeriam qualquer madeira, por mais forte que ela fosse. No entanto, a prata recobrindo a base da madeira não permitia que ela fosse corroída pela areia do deserto, sendo assim corrompida e ameaçando fazer com que o Tabernáculo caísse! Isso é uma figura daquilo que o Eterno também faz conosco: nossa vida é revestida pela justiça do Senhor e assim somos impedidos de “apodrecer” mesmo que estejamos temporariamente “fincados” nas areias quentes do deserto!

Moshe nos fala agora sobre as vestes sacerdotais: “Fizeram também as vestes do ministério, para ministrar no santuário, de azul, e de púrpura e de car-mesim; também fizeram as vestes santas, para Aharon, como o Senhor or-denara a Moshe. Assim se fez o éfode de ouro, de azul, e de púrpura, e de carmesim e de linho fino torcido. E estenderam as lâminas de ouro, e as corta-ram em fios, para tecê-los entre o azul, e entre a púrpura, e entre o carmesim, e entre o linho fino com trabalho esmerado. Fizeram-lhe ombreiras que se ajuntavam; e uniam-se em suas duas pontas. E o cinto de obra esmerada do éfode, que estava sobre ele, formava com ele uma só peça e era de obra se-melhante, de ouro, de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torci-do, como o Senhor ordenara a Moshe” (Êx 39:1-5). Aqui é descrito o éfode – em hebraico, epod – e significa “éfode, estola sacerdotal”. Esta era uma das principais peças do vestuário do sacerdote que se compunha ainda das ombrei-ras, do cinto, o peitoral, o manto, e a túnica. Isso nos faz lembrar da armadura de um guerreiro! Todas as peças usadas pelo sacerdote lembravam-lhe algo, pois eram feitas de materiais que apontavam para realidades espirituais bem concretas:

Ouro – fala da divindade – o sacerdote carregava ouro em várias partes de seu corpo. Isso nos fala que ele estava revestido em todo o seu ser pelo D-us Eterno! O sacerdote não poderia oficiar sem estar plenamente vestido e revestido do Senhor!

Azul – o azul nos fala sobre a nobreza e a riqueza. Também nos fala do céu, a morada do Altíssimo! Quando o sacerdote olhava para o azul em suas vestes realmente lembrava-se de que ele tinha sido investido de autoridade a fim de ministrar ao seu povo toda a sorte de bênçãos que lhe foram autorizadas pelo Eterno. Isso demonstraria, não só a sua nobreza, mas também a o Senhor, que traz em seu coração um profundo desejo de abençoar ao seu povo com suas riquezas! E isso era feito através do sacerdote, que era o portador das infindáveis riquezas do Eterno!

Púrpura – Esta cor nos fala sobre a majestade e a realeza. O sacerdote quando via esta cor em suas vestes rapidamente lembrava-se de que quem reina é o Senhor! Toda a majestade e o poder real pertencem à Ele! O sacerdote apenas representa o Rei! Mas ele sabe que parte desta majestade e realeza estão sobre si, não somente em suas vestes, mas também na unção que repousa sobre o sacerdote!

Carmesim – esta cor em especial nos fala sobre o sangue! O sacerdote tinha sobre si também o sangue de forma perpétua! Isso fazia parte de suas vestes e não poderia ser retirado de sobre sua vida! Isso nos faz pensar no sacrifício de Ieshua, que foi feito por nós de uma vez por todas e, definitivamente, não pode ser anulado ou revogado e seu sangue está sobre nós diariamente a fim de que nossos pecados sejam perdoados e cobertos pelo sangue do Justo! 

Linho fino – o linho nos fala sobre a humanidade do sacerdote. Ele o fazia lem-brar-se de que, apesar de estar revestido da divindade, de Ter a nobreza e as riquezas do Eterno sobre si, de portar a majestade do D-us Eterno e o sangue que lhe trazia o perdão, ele ainda continuava sendo humano! Nada poderia in-terferir nisso, pois ele estaria sujeito à erros, apesar daquilo que já citamos estar sobre ele! Creio que esse fato nos faz lembrar-nos que ainda estamos sujeitos ao pecado e que, a qualquer momento, poderemos cair, se deixarmos nossa postura de vigilância!

Esta complexa “armadura” revestia o sacerdote e o capacitava a entrar na presença do Eterno, assim como provinha a Ele as “armas” necessárias para o conflito com o reino das trevas. Após estar vestido, ele estaria “pronto” para o combate; mas, apesar disso, continuaria sendo um homem sujeito às suas falhas e fraquezas!

Há um aspecto interessante na roupa do sacerdote que merece um desta-que especial: o peitoral! Ele era composto assim: “Também prepararam as pedras de ônix, engastadas em ouro, lavradas com gravuras de um selo, com os nomes dos filhos de Israel. E as pôs sobre as ombreiras do éfode por pedras de memória para os filhos de Israel, como o Senhor ordenara a Moshe. Fez-se também o peitoral de obra de artífice, como a obra do éfode, de ouro, de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido. Quadrado era; duplo fize-ram o peitoral; o seu comprimento era de um palmo, e a sua largura de um palmo dobrado. E engastaram nele quatro ordens de pedras; uma ordem de um sárdio, de um topázio, e de um carbúnculo; esta era a primeira ordem; E a segunda ordem de uma esmeralda, de uma safira e de um diamante;  E a ter-ceira ordem de um jacinto, de uma ágata, e de uma ametista; E a quarta ordem de um berilo, e de um ônix, e de um jaspe, engastadas em engastes de ouro. Estas pedras, pois, eram segundo os nomes dos filhos de Israel, doze segundo os seus nomes; como gravuras de selo, cada uma com o seu nome, segundo as doze tribos” (Êx 39:6-14). Vejamos que as pedras foram colocadas ali para “memória”. Esta palavra em hebraico é zikron, e tem o sentido de “atos mentais que são acompanhados de atos externos correspondentes”. Ou seja, quando ele olhava para as pedras, imediatamente lembrava-se das doze tribos de Israel e agia de forma a externar seu cuidado para com elas. O peitoral ficava numa posição estratégica no corpo do sacerdote: sobre o coração! Isso nos mostra que as doze tribos de Israel são uma prioridade no coração do sacerdote e também do Eterno, e isso faria com que não houvesse esquecimento deles em tempo algum!

As pedras postas sobre o peitoral estavam interligadas entre si por engas-tes de ouro! Isso nos mostra que o Senhor é quem interliga entre si o seu próprio povo! Nós temos laços uns com os outros que não foram feitos ou de-terminados por homens! O que nos une não são laços e padrões meramente humanos, mas sim os padrões eternos que estão expressos em sua Palavra e o sangue de Ieshua que foi derramado para fazer de nós um só povo! “Mas agora no Ungido Ieshua, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue do Ungido chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e pela cruz reconciliar ambos com Elohim em um corpo, matando com ela as inimizades” (Ef 2:13-16).

Havia também outra coisa que compunha as vestimentas sacerdotais: “E fez-se o manto do éfode de obra tecida, todo de azul” (Êx 39:22). A palavra “manto” provém da palavra hebraica meil, que significa “manto, capa, túnica”. Este tipo de roupa indica uma das vestimentas sacerdotais que o sumo sacer-dote vestia para cobrir a estola sacerdotal. Notemos que após estar vestido, havia ainda uma cobertura “extra” que o sacerdote levava sobre si! Sua cor – todo azul – nos fala simbolicamente o que ele representa: sobre o sacerdote estava a cobertura dos céus, do Eterno!

Betsal’el, Oholiav e seus ajudantes costuram as bigdei kehuná

Os únicos objetos que ainda faltavam para o Mishcan eram as vestes dos cohanim. Betsalel, Oholiav e seus ajudantes as fizeram exatamente como Deus havia ordenado a Moshê. Eles teceram o êfod, o avental do cohen gadol, de uma meada com cinco linhas de diferen-tes cores. Uma das linhas era de ouro: este era obtido cortando o ouro em lâminas finas e depois em linhas.

Betsalel e Oholiav teceram os choshên, o peitoral, cortaram as doze pedras preciosas que portava e gravaram sobre elas os nomes das doze tribos. Em seguida inseriram as pedras preciosas no material tecido. Betsalel e Oholiav também fizeram as demais bigdei kehuná seguindo exatamente as instruções de D’us: a cutonet, a camisa longa; o me’il, a jaqueta com sininhos; os chapéus, mitznêfet e migba’at; o avnet, cinturão, e o tsits, a faixa.

Um relato:

Como os bigdei kehuná (vestes) salvaram o Bet Hamicdash da destruição

O reino do jovem imperador Alexandre Magno era imenso: governava sobre algumas partes da Europa, Ásia e África. E se propunha a conquistar todo o mundo! Seria muito ofensivo para o exército de Alexandre submeter-se ao pequeno país de Êrets Israel.

Alexandre Magno sentiu-se incomodado com os soldados judeus, certa vez que lhes pedira para ajudá-lo em uma guerra. Os judeus se negaram, pois haviam feito um trato com outro imperador, o rei da Pérsia. Responderam, pois, a Alexandre, que não podiam enviar-lhe ajuda, caso o fizessem estariam violando o tratado com o rei da Pérsia.

Porém, um grupo de inimigos dos judeus, os Cutim (samaritanos), que viviam em Êrets Israel, enviaram soldados em apoio a Alexandre Magno. E os Cutim falaram mal dos judeus a Alexandre Magno:

“Os judeus pretendem rebelar-se contra ti!” – protestaram ao imperador. “Destrua seu Templo Sagrado e a cidade rebelde na qual encontra-se situado: Jerusalém!”

Alexandre acreditou em suas palavras e concordou em destruir o Bet Hamicdash.

Quando os judeus souberam disto, todos em Êrets Israel se entristeceram. Avisaram ao Cohen Gadol, Shimon, que Alexandre estava para destruir o Bet Hamicdash. Shimon sabia que somente uma medida drástica impediria que o exército de Alexandre conquistasse Jerusalém.

Shimon logo ficou sabendo que Alexandre e seus homens marchavam para Jerusalém. Vestido com as oito vestes de Cohen Gadol saiu ao encontro de Alexandre. Ia acompanhado das grandes figuras de Jeru-salém e de jovens cohanim com tochas acesas. Shimon e seu grupo marcharam durante toda a noite e na manhã seguinte se aproximaram dos homens de Alexandre.

“Quem são estas pessoas?” – perguntou o imperador aos Cutim.

“São os judeus que se rebelam contra ti, Majestade”, responderam.

Quando Alexandre se encontrou frente a frente com Shimon, aconteceu algo espantoso: o imperador famoso no mundo inteiro, perante quem todos se inclinavam, desceu do cavalo e fez uma profunda reverência ante o adornado e resplandecente tsadic (homem justo).

Seus homens não acreditaram no que viam.

“Por que tu, Alexandre Magno, deverias te inclinar perante este judeu?” – perguntaram ao imperador. Alexandre explicou: “Na noite antes de cada batalha, se este homem me aparecesse em sonhos, ga-nharíamos esta batalha no dia seguinte. Este homem, que parece um anjo, ajudou-me a ganhar minhas guerras!”

Alexandre perguntou a Shimon: “Por que saíste ao meu encontro?”

Shimon respondeu” “Soubemos que desejas destruir nosso Bet Hami-cdash. Porém, não compreendes que é neste Templo Sagrado que reza-mos sempre a D’us para que tenhas êxito nas tuas batalhas. Nossos inimigos te enganaram e te deram falsas informações sobre nós!”

“Quem são teus inimigos?” – perguntou Alexandre.

“Os Cutim”, respondeu Shimon.

“Neste caso,” disse Alexandre, “decreto que faças com eles o que quiseres.”

O Bet Hamicdash e Jerusalém salvaram-se da destruição graças a Alexandre ter ficado tão impressionado pelo aspecto de Shimon, vestido com suas gloriosas bigdei kehuná (vestes).

Em geral, não é permitido usar as bigdei kehuná fora do Bet Hamicdash. Mas neste caso, Shimon abriu uma exceção, pois o Templo e as vidas dos judeus corriam perigo. Segundo outra opinião de nossos Sábios, as vestes usadas por Shimon eram exatamente iguais na aparência às bigdei kehuná, mas não eram sagradas. Eram apenas uma imitação das vestes dos cohanim, mas não haviam sido feitas para que os cohanim as usassem no Bet Hamicdash.

Ao final da obra aconteceu que Moshe vê tudo o que havia sido feito e os abençoa! “Viu, pois, Moshe toda a obra, e eis que a tinham feito; como o Senhor ordenara, assim a fizeram; então Moshe os abençoou” (Êx 39:43). Há uma evi-dente satisfação em Moshe por contemplar que os filhos de Israel que foram es-colhidos para executar a obra do Tabernáculo terminam-na de forma brilhante, “como o Senhor ordenara”! Isso mostra a fidelidade daqueles que trabalharam a fim de, meticulosamente, cumprirem o que lhes fora ordenado pelo Eterno! So-mente depois de tudo pronto Moshe os abençoa! Eles receberam poder para serem prósperos, bem sucedidos e fecundos! Esse é o significado da palavra abençoar em hebraico!

Mas, quando foi montado o Tabernáculo pela primeira vez? “No primeiro mês, no primeiro dia do mês, levantarás o tabernáculo da tenda da congregação” (Êx 40:2). Moshe nos informa que o Tabernáculo foi erguido no primeiro dia do ano! Este ato de levantar o Tabernáculo assinalava um novo começo na vida do povo de Israel! Com o Tabernáculo eles estariam iniciando uma nova fase em suas vidas. Ele funcionou como um marco na vida dos israelitas! O mesmo acontece (ou aconteceu) com cada um de nós quando recebemos a Ieshua em nossas vidas. Este fato iniciou uma nova fase, foi posto como um marco em nossas caminhadas a fim de determinar que a partir daquele mo-mento, o Eterno passou a fazer parte de nossas vidas definitivamente! Assim aconteceu também com o povo de Israel: quando o Tabernáculo foi erguido entre eles, iniciou-se um novo período para eles, no qual o Eterno passou a fazer parte da caminhada do povo de forma mais próxima, habitando entre eles.

Após o Tabernáculo ser erguido, os móveis e utensílios foram colocados dentro dele. Após tudo estar pronto, seria iniciado o processo de consagração: “Então tomarás o azeite da unção, e ungirás o tabernáculo, e tudo o que há nele; e o santificarás com todos os seus pertences, e será santo. Ungirás tam-bém o altar do holocausto, e todos os seus utensílios; e santificarás o altar; e o altar será santíssimo. Então ungirás a pia e a sua base, e a santificarás” (Êx 40:9-11). Parece estranho, mas tudo o que há dentro e fora do Tabernáculo recebe uma unção e é consagrado ao Senhor. Isso significa que cada objeto que ali se encontra foi separado para uso exclusivo do Eterno. Eles não poderão ser usados para outro fim, pois pertencem ao Senhor! Assim também ocorre conosco: nós fomos comprados, salvos e agora pertencemos ao Senhor. A partir deste momento nós somos então consagrados – separados para uso exclusivo do Senhor – que então passa a Ter ciúmes de nós, pois sua intenção é não nos dividir com mais ninguém. Agora somos sua propriedade particular, a fim de glorificarmos seu nome em nosso viver diário.

Após a consagração do Tabernáculo e dos seus objetos, chega então o momento de consagrar-se Aharon e seus filhos (pela ordem): “Farás também chegar a Aharon e a seus filhos à porta da tenda da congregação; e os lavarás com água. E vestirás a Aharon as vestes santas, e o ungirás, e o santificarás, para que me administre o sacerdócio (Êx 40:12-13). Aharon e seus filhos foram colocados à porta da tenda da congregação a fim de, ali serem consagrados ao Eterno. A palavra labesh em hebraico significa “vestir, estar vestido”. Neste contexto a palavra significa “vestimenta como um sinal de nível social, hierárquico ou de caráter”. As vestes sacerdotais tinham também a função de distinguir os homens que as vestiam, e demonstravam que tais homens eram “ungidos” e “santificados” (qadash – separados para o uso exclusivo do Eterno), a fim de cumprirem as ordens e determinações do D-us de Israel! Essa distinção não tinha a função de elevar tais homens em meio ao povo, mas tinha sim uma função didática, pois qualquer pessoa dentre o povo os reconheceria e os procuraria quando fosse realizar qualquer oferta, sacrifício ou até mesmo en-tregar os dízimos ao Senhor! 

Na atualidade a Noiva sofre com uma tradição herdada de Roma: a distinção entre clero e o povo! Na Brit Hadasha fica clara a integração entre ministros (aqueles que são chamados a exercerem qualquer função na Igreja) e o povo. Isso não os afastava mutuamente, criando um abismo entre eles, mas trazia sim a consciência de que alguns homens haviam sido separados pelo Espírito de Deus a fim de servirem ao povo com seus dons (naturais e sobrenaturais). Porém, hoje temos uma clara distinção entre o povo e aqueles que “ministram”, criando-se duas categorias distintas! Um grupo (muito pequeno) detém o conhecimento e o poder e “impõe” sobre o outro grupo – bem maior – (o povo) suas determinações, suas interpretações da Escritura, suas decisões, etc… a fim de “guiá-los” até a presença de Deus! 

Quando lemos as Escrituras – da Tanach até a Brit Hadasha – não encon-tramos em nenhum lugar tais determinações, distinções ou tradições que apoiem esta atitude! Porém, não abandonamos esta postura e insistimos que temos razão, apesar da Escritura dizer o contrário!

Após a unção e consagração de Aharon, é a vez de seus filhos serem separados para o serviço do Eterno: “Também farás chegar a seus filhos, e lhes vestirás as túnicas, e os ungirás como ungiste a seu pai, para que me adminis-trem o sacerdócio, e a sua unção lhes será por sacerdócio perpétuo nas suas gerações” (Êx 40:14-15). Os filhos de Aharon foram consagrados a fim de ajudar Aharon no exercício do sacerdócio, que após a morte de Aharon, seria con-duzido por um de seus filhos que fora previamente preparado para oficiar diante do Eterno. Também era necessário que os filhos recebessem a unção, pois o sacerdócio seria transmitido (como um cargo) mas não a unção! Este aspecto é particular de cada indivíduo, que recebe do Senhor uma unção particular a fim de servi-lo de maneira eficiente! O sacerdócio é considerado perpétuo enquanto existir o povo de Israel! Nada nem ninguém poderá revogar a palavra que saiu da boca do Deus Eterno a fim de dar a eles essa honra de serem separados a fim de ministrarem diante do Senhor! 

Quando todo o processo de consagração – separação – e unção terminou e após o término da unção e consagração do Tabernáculo, então chega o momento do Eterno se manifestar aos seus filhos de forma visível: “Então a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo” (Êx 40:34). A nuvem aparece de forma a ratificar o que estava acontecendo. Esta nuvem era a mesma que dirigia o povo pelo deserto e representava a presença de D-us sobre o Tabernáculo. Um outro fato interessante é que além da nuvem havia a glória de D-us ali. A palavra “glória” em hebraico é kabod e significa “glória, glorioso, honra”. Esta manifestação da glória do Eterno teve um sentido de aprovação a obra do Tabernáculo e também aparece a fim de confirmar que o Eterno habitaria sim em meio ao seu povo! Também na vida de seu povo é necessário que a glória do Eterno manifeste-se a fim de que Ele seja reconhecido como Aquele que aprova as ações e atitudes de seu povo – quando fazem aquilo que lhes é ordenado de forma correta – selando assim uma relação de amor com sua presença viva entre seu povo!

A Shechiná (Santidade) desce e se estabelece no Mishcan

Em Rosh Chôdesh Nissan, quando o Mishcan estava armado e pronto, as nuvens de Deus o rodearam por todos os lados e por cima. O interior também estava preenchido por uma nuvem, e nela repousava a Shechiná de Deus. Assim, Deus demonstrou a seu povo que se havia estabelecido no Mishcan. Em seguida, a Shechiná de Deus pousou no aron do Côdesh Hacodashim (Santo dos Santos).

Sabem o que significa a palavra Mishcan?

Origina-se da raiz “lishcon”, descansar. Mishcan significa descan-so para a Shechiná.

A Torá, no princípio desta Parashá, chama o Mishcan de Mishcan Ha-edut do testemunho. Que tipo de testemunho era? O que atestava?

O Mishcan era uma prova de que Deus havia perdoado Benê Israel por ter feito um bezerro de ouro. Deus havia retirado Sua Shechiná quando eles pecaram; Suas nuvens de glória desapareceram e reapareceram no dia em que começaram a trabalhar no Mishcan. O Mishcan era um sinal de amor de D’us pelo Povo de Israel; um sinal de que Ele estava sempre entre eles.

A manifestação do Eterno foi tão grandiosa que impediu Moshe de entrar no Tabernáculo. “De maneira que Moshe não podia entrar na tenda da congre-gação, porquanto a nuvem permanecia sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo” (Êx 40:35).  É impossível resistir à presença do D-us Todo-Poderoso. Isso nos mostra que quando Ele está realmente presente em qualquer lugar não há como resisti-lo em qualquer aspecto de nossas vidas. Sejam quais forem os nossos conflitos ou problemas, sejam quais forem os nossos questionamentos, sejam quais forem as nossas dores ou dúvidas, ali na pre-sença do Eterno tudo acaba e se dissipa! Não há espaço para nada mais quando o Criador vem e preenche todos os espaços vazios em nossos ser! Por isso é necessário que estejamos prontos a fim de recebermos aquilo que está no coração do Eterno de forma plena e sem receios de sermos “invadidos” pela presença restauradora do Criador de nossas vidas!

Agora temos a explicação da razão pela qual a nuvem estava sobre o Tabernáculo: “Quando, pois, a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, então os filhos de Israel caminhavam em todas as suas jornadas. Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam, até ao dia em que ela se levantasse; porquanto a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas” (Êx 40:36-38). O Eterno é muito didático em tudo o que faz e cria: aqui sua presença estava não somente abençoando ao povo mas também lhes indicando o momento exato de partirem para darem continuidade em sua jornada rumo a Canaã! Desta forma eles não errariam nem cometeriam preci-pitações quanto ao seu caminhar, adiantando-se ou atrasando-se em sua viajem! A presença do D-us Eterno que guiava ao povo no deserto hoje também faz conosco da mesma forma. O Espírito Santo tem nos conduzido em nossas jornadas a fim de não permitir que erremos e nos comportemos de maneira inadequada diante d’Ele! 

No passado o povo tinha o Tabernáculo e a nuvem que eram visíveis e que serviam para instruí-los em suas jornadas. Hoje não temos estas manifestações visíveis, mas sim a poderosa presença interior do Espírito de Deus em nossas vidas a fim de nos guiar em todo o tempo. Naquele tempo não era necessário muito para entender o que estava acontecendo, pois a simples observação mostrava que era momento de partir! Hoje as coisas são um pouco diferentes, pois nos é exigido uma comunhão maior com o Senhor e uma sensibilidade – que chamamos de discernimento – a fim de ouvirmos, entendermos e realizarmos aquilo que o Eterno nos está dizendo em nosso dia-a-dia. Há também o aspecto da obediência, que é fundamental para a realização de qualquer projeto do Eterno em nossas vidas. Podemos ouvir, entender e não obedecer ao Senhor por qualquer razão pessoal. E isso nos leva a concluirmos que hoje temos uma responsabilidade ainda maior em acertar, pois além de vivermos no tempo do fim, temos ainda o habitar do D-us Eterno dentro de nós através do Espírito Santo, o que implica em uma relação mais profunda e particular com o Senhor.

O Tabernáculo era uma figura de nossas vidas e daquilo que viria a ocor-rer conosco em nossas caminhadas com o Eterno! Assim como ele era montado de fora para dentro, o Senhor atua em nossas vidas a partir de nosso interior, que precisa estar aberto para que o Senhor possa mudar-nos, primeiro interiormente, a fim de que essas mudanças possam refletir em nosso exterior!

Outra coisa muito importante é que somente tinham acesso ao interior do Tabernáculo as pessoas autorizadas e separadas pelo Senhor! Isso nos fala também que somente poderão ter acesso ao nosso “Tabernáculo interior” aqueles que são autorizados pelo Senhor: o Pai, o filho e o Espírito Santo! Ninguém mais poderá voltar e reivindicar habitação onde agora habita o Criador do Universo! Os antigos moradores de nossas vidas – os demônios – já não tem mais acesso às nossas vidas, pois elas agora pertencem e foram separadas para uso exclusivo do Senhor Deus de Israel.

Que o Senhor nos abençoe e nos ajude a mantermo-nos intactos a fim de o servirmos enquanto durar nossa vida aqui na terra!

Baruch Há Shem!

Mário Moreno

Fonte: www.ministerioengel.com

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