LIÇÃO 13 – PARASHÁ TETZAVEH

FONTE: Ministério Engel

ATUALIZADO: 27 de fevereiro de 2015

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Nossa porção desta semana temos aqui a ordenança: “Tu pois ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido para o candelabro, para fazer arder as lâmpadas continuamente” (Ex 27.20). A palavra “ordena” em hebraico é tsawa, que significa “ordenar, incumbir”. A raiz designa a instrução de um pai para seu filho, de um fazendeiro a seus lavradores, de um rei a seus servos.

Isso reflete uma sociedade firmemente estruturada em que as pessoas tinham de prestar contas a D-us pelo direito de mandar! Ou seja, cada ato feito pelas pessoas está refletido nesta ordem! Vemos aqui os dois lados da questão: do lado do Eterno a bondade e o carinho no trato com seus filhos; de outro a responsabilidade de quem tem autoridade, pois ser-lhe-á cobrado no futuro como essa pessoa exerceu aquilo que lhe foi confiado pelo Eterno. Esta palavra de ordem nos mostra a obrigatoriedade e a necessidade de haver o azeite puro para alimentar a menorah! Sem o azeite a menorah não dá luz, e consequentemente não ilumina! O Eterno aqui nos ensina que a menorah com azeite é indispensável em nossa caminhada com Ele! Alguns tem a menorah, porém sem azeite; outros tem o azeite, porém sem a menorah! Temos aqui demonstrada a interdependência daquilo que recebemos de D-us: precisamos do Espírito mas também da sua unção! Não adianta queremos ter somente o poder do Espírito sem atuarmos em comunhão e sob a sua direção. Isso seria algo extremamente danoso para o Corpo do Messias. Mas é isso que geralmente estamos vendo dentro do Corpo do Messias! Falta-nos a instrução a fim de entendermos quais são os processos usados pelo Eterno a fim de caminharmos com Ele!

As vestes sacerdotais

Os sacerdotes deveriam ter algo que os distinguisse em meio ao povo. Eles seriam pessoas que estariam diante do Eterno, mas também precisariam demonstrar o caráter de seu ministério. “E farás vestidos santos a Aharon teu irmão para glória e ornamento” (Ex 28.2). A palavra “santo” em hebraico é qadosh, e significa “separado para uso exclusivo, santo”. As roupas que Aharon e seus filhos utilizariam para entrarem na presença do Eterno não poderiam ser roupas comuns! Eles precisariam de vestes especiais que refletissem quem eles eram e a quem estavam servindo! Por isso, um dos requisitos de suas vestes é que elas seriam santas, separadas exclusivamente para o trabalho do Senhor! Isso nos fala profundamente, pois as vestes representam nossa vida e Paulo nos fala sobre “revestir-nos do novo homem em Cristo” com uma condição para vivermos a vida com D-us! Nossa vida passada deve ficar para trás e devemos viver essa nova vida de conformidade com aquilo que estamos recebendo do Senhor: seu caráter e sua santidade! Nossa nova “roupagem” deve nos falar sobre quem somos agora e qual é o estágio em que nos encontramos diante do Eterno!

As vestes deveriam compor-se dos seguintes materiais: “E tomarão o ouro, e o azul, e a púrpura, e o carmesim e o linho fino” (Ex 28.5). Todos estes materiais nos falam sobre o caráter de Ieshua:

Ouro – representa a divindade. O ouro é o mais nobre dos materiais e o único que é incorruptível. Por isso ele nos fala sobre a divindade daqueles a quem representa.

Azul – essa cor nos fala sobre Ieshua, o Filho de D-us. O azul nos fala sobre o céu, que é a habitação do D-us Eterno. O usar o azul nos diz a procedência daqueles que o usam e a quem representam.

Púrpura – Ieshua, o Rei. A púrpura era a cor da qual os reis se utilizavam a fim de demonstrarem sua realeza. Essa cor era muito difícil de ser conseguida e era portanto muito cara. Somente os reis a usavam!

Carmesim – Ieshua, o Salvador. O carmesim nos fala sobre sangue, sobre sacrifício. Ele nos lembra que este homem deveria sacrificar-se a si mesmo a fim de nos trazer a salvação (que está expressa em seu próprio nome!).

O linho fino – Ieshua, o homem perfeito! Aqui parece haver uma contradição, pois nós não conhecemos um homem perfeito. Só o fato de ser homem já nos fala sobre sua falibilidade e imperfeição. Mas foi justamente esse o desafio de Ieshua: vir como o homem perfeito a fim de resgatar o imperfeito homem! Por isso o linho nos diz que Ele seria o único a Ter essa condição em sua vida e caráter aqui na terra!

E é justamente por esse motivo (o de estar representando alguém e também o de estar buscando algo) que o sacerdote vestia-se diariamente com suas vestes especiais, a fim de apontar para o futuro e para Aquele que viria a fim de cumprir em sua vida todos os requisitos do perfeito Sacerdote do Altíssimo!

Havia um objeto que ficava no peito do sacerdote: “Também porás no peitoral do juízo Urim e Tumim, para que estejam sobre o coração de Aharon, quando entrar diante do Senhor: assim Aharon levará o juízo dos filhos de Israel sobre o seu coração diante do Senhor continuamente” (Ex 28.30). A palavra “Urim” em hebraico significa “luzes” pois é plural. Tem também o sentido de Oriente, região de luz. Novamente o Eterno que nos mostrar coisas lindas aqui: a primeira é que o Urim nos fala sobre as luzes que estariam sobre o coração de Aharon. Isso nos fala sobre revelação, a iluminação do Eterno que viria sobre o coração de Aharon a fim de guiá-lo à toda a verdade! Outra coisa muito interessante é que essa luz viria do Oriente, da região de luz! O Oriente é também o lugar onde nasce o sol! Ou seja, tudo o que Aharon receberia viria do nascente do Sol, justamente porque nos é dito na Escritura que o Senhor é o Sol da justiça (referindo-se à Ieshua). Esse Sol da Justiça iluminaria a vida e os corações daqueles que seriam por Ele chamados para a obra do ministério! Não haveriam dúvidas, pois o Eterno estaria ligado (sob) ao coração do Sacerdote, a fim de que ele não tomasse decisões por si só, mas sim na força e pelo Espírito do Eterno D-us de Israel!

O sacerdote deveria ainda cobrir-se: “Também farás o manto do éfode todo de azul” (Ex 28.31). A palavra “manto” em hebraico é meîl e significa “manto, capa túnica”. Isso nos lembra que todos nós devemos estar debaixo de uma cobertura (além de física também a espiritual). A cobertura física aponta para uma realidade espiritual: que nós estamos debaixo da autoridade do Altíssimo e devemos ali permanecer a fim de podermos trabalhar conforme os ditames do Eterno. Quem está debaixo de qualquer cobertura demonstra ser menor do que aquele por quem é coberto! O sacerdote coberto com o manto azul nos fala sobre estar debaixo da autoridade do Eterno a fim de poder trabalhar e também entrar na presença de D-us!

As vestimentas sacerdotais eram obrigatórias para o sacerdote! Não seria possível entrar-se na presença do Eterno sem estar convenientemente vestido! Não são os homens que escolhem como entrar na presença do Eterno! Por isso Ele dita as normas e regras de como nós devemos nos conduzir a fim de não pecarmos e então morrermos por fazermos algo que o desagrade!

Surge então a pergunta: para nós hoje é necessário algo especial para entrarmos na presença do Eterno? A resposta é: sim! Pedro em sua primeira carta escreve assim: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (I Pe 2.9). Sendo então quem somos, como deveríamos agir? Como devemos nos apresentar diante do Senhor? De qualquer forma, e dizer com isso que tudo o que está Escrito na Palavra de nada vale para nós? Não! Antes devemos andar obedientemente a fim de agradarmos ao D-us Eterno em nome de Ieshua!

Ungindo o sacerdote

Um outro aspecto muito importante era o seguinte: “E vestirás com eles a Aharon teu irmão, e também seus filhos: e os ungirás e consagrarás, e os santificarás, para que me administrem o sacerdócio” (Ex 28.41). A palavra “ungir” em hebraico é mashah e significa “ungir, espalhar um líquido”. Após ter se procedido assim para com o sacerdote, ele se tornaria um ungido ou Mashiach! Esta unção é que distinguia este homem e seu caráter a fim de oficiar diante do Eterno. Para que o sacerdote fosse ungido seria necessário um componente muito importante: o óleo! “E tomarás o azeite da unção; e o derramarás sobre a sua cabeça: assim o ungirás” (Ex 29.7). O ungido somente seria um homem especial se recebesse a unção com o azeite (que é um símbolo do Espírito de D-us). Este azeite deveria ser derramado sobre ele. Isto nos fala de dois aspectos: o primeiro é que o que é derramado vem sempre em grande quantidade! A unção que o Eterno nos dá é sempre em grande quantidade. Nós não recebemos do Senhor uma “pequena” quantidade de óleo, mas sim um derramar de sua presença e um grande unção a fim de que possamos vencer o nosso inimigo. O segundo é que este “derramar” vem do alto! Não pode-se derramar algo sobre alguém sem estar- sobre, acima da pessoa em quem se derrama! Percebemos então que o azeite nos é dado, nos é derramado pelo próprio D-us, que de cima nos dá a unção necessária a fim de cumprimos nosso chamado.

Após o sacerdote ter sido preparado, ele estava então pronto para oferecer os sacrifícios e holocaustos perante o Senhor. “…Depois tomarás o outro carneiro, e Aharon e seus filhos porão as suas mãos sobre a cabeça do carneiro…” (Ex 29.19). Este é um aspecto muito interessante e profundo dos sacrifícios: a identificação. Aqui Aharon e seus filhos impõem as mãos sobre o carneiro, como um ato de identificação com este animal que morreria no lugar deles! Quando eles impõem as mãos sobre o carneiro eles estão dizendo: “Nós estamos sendo representados por você, que morrerá por nossos pecados”. E ainda quando impõem as mãos eles estavam transferindo ao animal tudo aquilo que é pecado, impureza, mal, pois a função deste animal seria morrer em lugar deles. O animal estaria levando sobre si o pecado deles! Este carneiro não nos lembra algo? Ele é uma figura daquele que morreria para que os nossos pecados fossem perdoados! Houve uma identificação do carneiro com a Humanidade e uma transferência dos pecados da mesma para Ele! Agora o que precisamos fazer é aceitar que houve um sacrifício feito por nós a fim de que os nossos pecados pudessem ser perdoados!

Após o animal ser sacrificado, deveria haver uma unção sobre os sacerdotes: “E degolarás o carneiro, e tomarás do seu sangue, e o porás sobre a ponta da orelha direita de Aarão e sobre a ponta das orelhas direitas de seus filhos, como também sobre o dedo polegar das mãos direitas, e sobre o dedo polegar dos pés direitos: o resto do sangue espalharás sobre o altar em redor” (Ex 29.20). Esse tipo de unção é única na Tanach e deve ser feita somente sobre o sacerdote e seus filhos. Três áreas são atingidas pela unção: a audição (orelha) que é um sentido primordial para podermos ter comunhão com o Eterno. Sem a audição jamais poderíamos ouvir sequer uma palavra da boca de D-us. Por isso o nosso ouvir tem que estar desbloqueado, a fim de que tenhamos a oportunidade de ouvirmos de Deus aquilo que Ele quer nos falar! Mas há uma unção sobre o tato (a mão) que também tem uma importância fundamental no serviço e na adoração ao Eterno, pois é com as mãos que servimos ao Senhor; as mãos é que precedem o dar; é com as mãos que abençoamos (transferindo algo) a alguém; mas é também com as mãos que recebemos! Por isso o Eterno unge as mãos, pois ela é uma figura de nossa vida. Quando a Escritura nos fala sobre “mãos limpas” ela está nos falando sobre uma vida sem culpa, sem sentimentos que possam nos acusar e nos trazer transtornos emocionais. Por isso as mãos deveriam ser santas, a fim de receberem e darem aquilo que é santo! E finalmente os pés, que nos falam sobre nosso viver diário e nossos caminhos percorridos. Novamente aqui há a figura de um viver diário santo em todos os caminhos pelos quais andamos! É necessário que, por onde quer que passemos deixemos marcas de amor, marcas limpas, marcas que tragam influencias positivas àqueles que vivem e convivem conosco!

O próximo passo é: “Então tomarás o sangue, que estará sobre o altar, e do azeite da unção e o espargirás sobre Aarão e sobre seus vestidos, e sobre seus filhos, e sobre os vestidos de seus filhos com ele; para que ele seja santificado, e os seus vestidos, também seus filhos e os vestidos de seus filhos com ele” (Ex 29.21). Após ter sido feita a unção específica, o Eterno ordena uma nova unção; mas aqui há uma diferença: o sangue está misturado com o azeite! Aqui há uma figura linda daquilo que o Eterno está fazendo na vida dos sacerdotes: além de limpar o pecado cometido (através do sangue), há também uma liberação de poder (o azeite) que é dado aos sacerdotes a fim de ministrarem ao povo do Eterno! Que grande amor nos é demonstrado por D-us! Nós sabemos que todos os homens são pecadores, mas mesmo pecando nós temos a garantia de que o Senhor nos perdoará e também nos dará as ferramentas necessárias a fim de que possamos desenvolver nosso ministério em sua presença! Mas devemos lembrar-nos: o alvo primário do Eterno é que sejamos como Ele é: Santos! A santidade é o que agrada ao Senhor e o que Ele busca diariamente em nós!

O Tabernáculo: sua finalidade principal

E qual seria a finalidade do Tabernáculo? Vejamos o que nos diz a Escritura: “E ali virei aos filhos de Israel para que por minha glória sejam santificados. E habitarei no meio dos filhos de Israel, e lhes serei por D-us, e saberão que eu sou o IHVH seu D-us, que os tenho tirado da terra do Egito, para habitar no meio deles: eu, o IHVH seu D-us” (Ex 29.43,45,46). O maior desejo do Eterno era (e ainda é) habitar no meio de seu povo! Isso nos mostra que há um desejo no coração do Eterno de manter comunhão com seus filhos e para isso Ele se propõe a morar, residir, habitar bem pertinho deles a fim de poder ter um contato mais íntimo e pessoal com cada um deles! Isso tem também o propósito de torná-los santos (como o Eterno é). A presença do Eterno entre seu povo traria a eles a santidade, e essa santidade não poderia ser conseguida de outra forma. Às vezes, os homens tentam obter a santidade através de rituais e fórmulas que visam torná-los separados, isolados e consequentemente santos! Nada disso condiz com o que o Eterno nos ensina em sua palavra, pois a santidade requerida por Ele somente pode ser obtida através de comunhão (um contato íntimo com Ele), do conhecimento de Sua Palavra e da oração. Não nos esqueçamos de que o contato (comunhão) com o próprio povo dele. E é por isso mesmo que temos de Ter comunhão com nosso irmão, pois é nele que seremos aperfeiçoados; o Eterno usará homens para que tenhamos nossa personalidade tratada e nossa vida aperfeiçoada!

Finalmente temos o último móvel do lugar santo: o altar de incenso! “E farás um Altar para queimar o incenso; de madeira de acácia o farás” (Ex 30.1). Novamente o Eterno nos dá instruções a fim de que possamos ter um melhor relacionamento com Ele. O “altar” em hebraico mizbeach, significa “lugar de sacrifício, lugar onde se morre”, deveria ser feito de madeira de acácia. A acácia é uma madeira encontrada apenas no deserto. Dela se retirava a goma arábica (um tipo de cola) e ela é uma madeira muito resistente aos insetos e incorruptível, pois não apodrece e nem se corrompe! Isso tudo nos fala muito forte em nossa vida, pois o altar de incenso representa nossa vida de oração, e para podermos orar é necessário primeiro morrer! Nós precisamos morrer para nós mesmos, mortificarmos nossa carne subjugando-a a fim de podermos atender às necessidades do Eterno e por fim orarmos! Esta madeira era encontrada no deserto, o que nos mostra que nossa vida de oração deve ser aprimorada justamente quando estamos no deserto! É ali que devemos Ter uma comunhão e dependência ainda maior do Senhor em nossas vidas. A acácia nos mostra que nossa vida de oração deve ser “firme”, “grudada” em D-us para que possamos atender aos seus desejos. Esse tipo de viver em oração deve ser também resistente aos ataques, pois o inimigo certamente nos atacará a fim de que possamos desistir! Por isso a acácia nos fala sobre incorruptibilidade! Mas tudo isso não seria possível se o altar não fosse revestido de ouro! Novamente, somos informados que nossa vida de oração somente terá sucesso quando tudo isso estiver revestido do Espírito de D-us, que nos conduzirá e nos guiará à toda a verdade! Não poderemos orar, ter comunhão ou adorar ao Eterno sem a presença do Espírito Santo! Ele é fundamental para que nossa vida de oração tenha sucesso!

A determinação final sobre o altar de incenso é a seguinte: “Não oferecereis sobre ele incenso estranho, nem holocaustos, nem oferta: nem tão pouco derramareis sobre ele libações” (Ex 30.9). O altar de incenso deveria manter-se sempre puro! Isso significa que nossa vida de oração deve estar sempre centralizada no Senhor. Nós não precisamos e não devemos nos preocupar em buscar “ajuda” em outros “deuses” ou mesmo oferecer qualquer coisa que seja “estranha” sobre nosso altar de incenso! Por isso há a determinação de que precisamos de manter a pureza em nosso relacionamento com o Eterno e não o trocarmos por outro ao primeiro sinal de perigo!

Por isso, convidemos ao Espírito Santo para que venha e esteja no comando de nossa vida deforma total e irrestrita, pois quando isso acontecer certamente poderemos então ter a certeza de que nossas orações e nossa vida estará pautada pelos desejos do Eterno que nos são trazidos ao coração por ninguém menos do que o próprio D-us: o Espírito Santo!

Que o Eterno nos ajude em nossa caminhada!

Por: Mário Moreno

Fonte: http://www.shemaysrael.com/

 

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