LIÇÃO 12 – PARASHÁ TERUMA

FONTE: Ministério Engel

ATUALIZADO: 21 de fevereiro de 2015

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Nossa porção desta semana tem início com o verso que diz: “Então falou o Senhor a Moshe, dizendo” (Êx 25:1). A palavra “Senhor” em hebraico é o tetragrama: IHVH e que significa: “Eu me torno aquilo que me torno”. Novamente o Eterno se apresenta com a perspectiva de tornar-se algo que seu povo neste exato momento necessita: seu tabernáculo! Agora a palavra do Eterno chega a Moshe como uma ordenança, a fim de que os filhos de Israel possam, cumprindo-a, serem grandemente abençoados! Mais uma vez o Eterno está levando seu povo a envolver-se com Ele de forma íntima e definitiva.

 

Agora o Eterno fará com que o povo participe da construção do Tabernáculo dando o material necessário. “Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada; de todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada” (Êx 25:2). A primeira coisa que notamos é que a palavra oferta em hebraico é terumâ! Esta palavra significa “contribuição, levantamento de ofertas”. A palavra vem de uma raiz (rûm) que significa “altura, altivez; alto, para cima”. Há ainda a idéia do louvor que nos introduz ao conceito de “altos louvores” e também de “ser exaltado”. Logo percebemos que estas ofertas para o Tabernáculo precisam ser dadas da forma correta, ou seja, para o alto, para D-us! O objetivo delas está implícito na própria palavra que nos fala de altos louvores sendo prestados à Ele a fim de que seja exaltado! Aqui há também o fato de que a oferta deveria ser voluntária, mostrando-nos que haveria uma disponibilidade nos corações de certas pessoas a fim de que sentissem a necessidade de ofertarem ao Eterno os materiais do Tabernáculo!

Entre os materiais que o Eterno destaca a fim de construírem o Tabernáculo alguns nos chamam mais a atenção: “E esta é a oferta alçada que recebereis deles: ouro, e prata, e cobre, e azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pêlos de cabras, e peles de carneiros tintas de vermelho, e peles de texugos, e madeira de acácia, azeite para a luz, especiarias para o óleo da unção, e especiarias para o incenso, pedras de ônix, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral” (Êx 25:3-7). Todos os materiais aqui listados não eram abundantes no deserto pelo qual caminhavam! Pelo contrário, havia uma grande escassez de riquezas e de materiais luxuosos entre eles, mas o Eterno agora lhes solicita que lhe seja dado aquilo que há de melhor! Toda a riqueza dada aos israelitas agora deveria de certa forma retornar ao Altíssimo! No verso 6 há uma palavra muito interessante: óleo (em hebraico, shemen) que significa “óleo, óleo de oliva já pronto”. O óleo tem vários usos distintos a saber:

Era usado como óleo de cozinhar para ser misturado com farinha;

Era usado de diversas maneiras como parte dos sacrifícios e da adoração. O próprio óleo era dado como oferta;

Desempenhava funções simbólicas em cerimônias de consagração;

Era usado no preparo de cosméticos e perfumes;

Era importante no uso medicinal e

Era usado como combustível para as lâmpadas.

Além do óleo haviam as especiarias – besem em hebraico – e que significa “especiarias”. A palavra tem também o sentido de “doce, agradável”. Elas eram usadas na purificação e no embelezamento e também a fim de mostrar riquezas e posses.

Já no verso 8 está dito: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êx 25:8). A palavra “santuário” em hebraico é miqdash e significa “lugar santo, santuário, parte sagrada”. Em conformidade com as palavras desta raiz (qdsh), miqdash denota aquilo que foi dedicado ao domínio do sagrado. Aqui refere-se à área física dedicada à adoração ao Eterno. O D-us Eterno estabelece que deve haver um lugar a fim de haja um encontro entre o Eterno e o homem: o miqdash! Este lugar foi previamente separado para uso exclusivo do Eterno. Ali é o seu domínio, o lugar onde o secular e o santo se encontram. Ali o Eterno determinou ser o lugar para que o homem receba sua Palavra e sua presença! Ele viria para aquele lugar a fim de ali habitar. A palavra “habitar” em hebraico é shakan e significa “habitar, tabernacular”. Ressalta a idéia de vizinhança e de proximidade. Mais uma vez vemos aqui o carinho demonstrado pelo Eterno a fim de estar próximo ao homem, de ser seu vizinho, de estar sempre perto dele a fim de socorrê-lo ou mesmo estar disponível para o homem que o ama! De certa forma isso soa de forma estranha, mas vejamos a coisa por este lado: o Eterno é o nosso Criador e consequentemente é o nosso Pai. Existem vínculos familiares fortíssimos entre nós e o Criador. Sendo assim ele – como todo pai – deseja ficar, estar, permanecer próximo de seus filhos. Isso é tão natural para nós, porque não seria para Ele? Por isso o Eterno providenciou um lugar a fim de estar junto dos seus amados. No passado isso ocorria assim e hoje nós temos o privilégio de ter o D-us Eterno tabernaculando em nós através de Ruach Elohim (O Espírito de D-us)! Ele continua estando próximo – e muito próximo – de nós! Isso não é maravilhoso?

Entre os móveis que estavam no tabernáculo destacaremos: “Depois porás na arca o testemunho, que eu te darei” (Êx 25:16). A arca era um dos (senão o mais) importantes objetos do Tabernáculo. Ali estavam contidas as tábuas da Torah, o maná e a vara de Arão. Isso nos ensina várias coisas. A primeira é que a arca era feita de madeira e recoberta com ouro! Veja que coisa linda, pois a madeira representa a humanidade (posta no Santo dos Santos), porém não uma humanidade qualquer, pois ela foi recoberta com o divino (que é o significado do ouro). A arca então nos fala que é possível ao homem estar no Santo dos Santos, porém não de qualquer forma! Nós não podemos (e nem devemos) presumir que é possível entrar de qualquer forma na presença do Eterno D-us de Israel. Para fazermos isso é necessário estar revertidos com aquilo que é divino! Ou seja, precisamos ter envolvendo nossa vida aquilo que é o próprio D-us, a fim de entrarmos na presença de D-us! Como está escrito: “Porque todos quantos fostes imersos no Ungido vos revestistes do Ungido” (Gl 3:27).

Os objetos contidos na arca também nos falam sobre nossa própria vida. As tábuas da Torah nos falam sobre a Palavra que recebemos do Eterno, uma palavra que é pura e que foi escrita pelo próprio D-us Eterno. Isso nos dá a garantia de sua infalibilidade e de que tudo o que foi dito por Ele deverá cumprir-se! Já o maná nos fala sobre a provisão diária às nossas vidas. Este é o alimento (não só o espiritual) mas também aquilo que é físico e temporal, que sustenta nossa vida enquanto humanos e nos satisfaz os desejos de nosso corpo físico. Ele vem do alto (do céu) e portanto de D-us a fim de que dependamos dEle em cada aspecto de nossa vida diária. Finalmente temos a vara de Arão e esta nos fala sobre a autoridade que nos é conferida pelo Eterno. Essa autoridade nos foi outorgada pela Palavra, mas somente é possível de ser adquirida num lugar: na presença do Eterno! Não é um autoritarismo ou uma atitude de imposição, mas sim autoridade, domínio, poder para vencer o mundo material e o espiritual. E isso somente poderemos adquirir quando o Eterno nos ungir para tal. Mas para isso precisamos entrar no lugar onde Ele está: o Santo dos Santos!

Uma outra coisa que fazia parte da arca está descrita aqui: “Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório” (Êx 25:18). A palavra “propiciatório” é kapporet em hebraico e significa “propiciatório, lugar de expiação”. A raiz kapar vem do árabe que significa “cobrir, ocultar”. O propiciatório era o que costumamos chamar de a tampa da arca! Era justamente o lugar onde o Eterno se manifestava. Justamente por esta razão é necessário que haja ali expiação, ou seja, ali o pecado de estar encoberto por algo que traga a santidade. Isso acontece a fim de que o Santo se encontre com o homem num lugar que esteja à sua altura, ou seja, que possa ter suas qualidades de santo, puro e limpo. Isso nos fala também que a tampa da arca cobria aquilo que estava dentro dela! Isso parece um tanto óbvio, mas não é, pois era necessário retirar a tampa a fim de enxergar-se o conteúdo da arca e também para ter-se acesso aos objetos. Mas para que isso era necessário primeiro entrar naquele lugar e ali permanecer a fim de realizarmos estes atos. Novamente chegamos à mesma conclusão: é necessário termos santidade para podermos, primeiro entrar no Santo dos Santos e depois para permanecermos ali na presença do Eterno!

A tampa tinha sobre si dois querubins de ouro! Em hebraico querubim é kerub. Esta palavra é usada para descrever o nome dos seres angélicos descritos como seres com asas. O verbo cognato acadiano significa “abençoar, louvar, adorar”. Aqui temos uma pequena descrição de onde o Eterno aparecia: entre os querubins. Estes seres atuam aqui como se fossem a “guarda de honra” do D-us Todo-Poderoso! Os querubins não são anjos, pois os anjos não possuem asas. Eles pertencem a uma ordem superior ma hierarquia dos seres celestiais. Geralmente este tipo de ser está envolvido com grandes confrontos e atua gerindo grandes áreas e até nações! Ha Satan antes de cair pertencia a esta ordem de seres celestiais. Nós convencionamos chamá-los de “anjos” porque recebemos uma tradição católico-romana que nos fala que os anjos tem asas! Isso não é verdade! As asas são atribuídas aos arcanjos, querubins e aos serafins. Por isso estes seres aparecem aqui, justamente no lugar onde o Eterno se manifestava! Outra coisa interessante é que eles deveriam ser feitos de ouro puro. A palavra “ouro” em hebraico é zahab, e significa isso mesmo: ouro. Sua raiz vem de zhb que denota também “brilhar, reluzir”. Os querubins, além de serem os “recepcionistas” do Eterno, eles deveriam também demonstrar um pouco de sua “glória”. Por isso eles eram de ouro. O ouro também nos fala sobre a divindade e estes seres eram assim feitos para dizerem que ali a divindade se manifestava.

Um outro móvel do tabernáculo era a mesa dos pães da proposição. “E sobre a mesa porás o pão da proposição perante a minha face perpetuamente” (Êx 25:30). Vejamos o por que do Eterno colocar no Tabernáculo uma mesa. A mesa – shulhan em hebraico é o lugar onde se deve comer. Após a destruição do Templo no ano 70 D.C. os judeus não tem mais o altar para os sacrifícios. Agora a mesa se transformou em seu “altar”. Ela já era um lugar reservado para a comunhão e agora é também o altar e isso demonstra-nos que o Eterno colocou uma mesa dentro do Tabernáculo para ter comunhão com o homem! E qual foi o instrumento determinado pelo Eterno para ter comunhão com o homem? Foi justamente o pão! A palavra em hebraico para “pão” é lechem e ela significa “comida, pão cereal”. Novamente vemos quão maravilhoso é o amor do Eterno sobre nós. O pão representa duas coisas: a primeira é a própria palavra do D-us Eterno. Ela funciona como nosso alimento “espiritual” e supre toda a nossa necessidade. Uma outra coisa é que a Palavra é usada para termos comunhão com D-us. Um outro significado para o pão é o próprio Yeshua, pois Ele declarou: “E Ieshua lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede” (Jo 6:35). Aquilo que está representado no Tabernáculo somente aponta para uma realidade ainda maior e futura: a nossa comunhão com o Eterno através da Palavra e de Ieshua! A palavra traduzida por “proposição” vem do hebraico panîm que significa “rosto, presença”. Os pães além de representarem a presença do Eterno ali falavam em fazer-se isso (isto é, comer) em sua presença! Ali já estaríamos em contato com a Divindade e já teríamos iniciado desfrutar daquilo que Ele tem para nos dar: a Sua presença!

Outro objeto que nos fala muito no Tabernáculo vem descrito a seguir: “Também farás um candelabro de ouro puro; de ouro batido se fará este candelabro; o seu pé, as suas hastes, os seus copos, os seus botões, e as suas flores serão do mesmo” (Êx 25:31). Aqui está descrita a menorah, que foi traduzida por candelabro. O significado desta palavra está explícito em Zc 4.6: “Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito diz o Senhor dos Exércitos”. O que nos é dito aqui é que este objeto deveria ser feito de ouro puro a fim de demonstrar que a divindade estaria entre eles! Este objeto servia para iluminar o local onde estava posto. Ele nos fala sobre a luz de Ruach Há Qodesh, do Espírito o Santo, que traz sobre nós entendimento, discernimento, sabedoria e tudo isso através de sua magnífica luz, desvendando-nos os segredos do Altíssimo!

Sua confecção seria assim: “Numa haste haverá três copos a modo de amêndoas, um botão e uma flor; e três copos a modo de amêndoas na outra haste, um botão e uma flor; assim serão as seis hastes que saem do candelabro” (Êx 25:33). A descrição é muito exata: serão sete hastes (da principal saem as outras) e nestas hastes três copos em forma de amêndoa! A palavra “amêndoa” em hebraico é shaqad que significa “vigiar, estar de vigília”. Aqui, “cálice em forma de amêndoa”. A Menorah teria sete hastes (indicando a totalidade) e de cada haste três amêndoas, que vigiam, estão em estado de alerta, pois é ali que a divindade se manifesta, ali ouve-se a voz do Altíssimo. Então é necessário ficarmos alertas, despertos, atentos, pois devemos ouvir e discernir o que o Espírito nos está dizendo! Os três nos falam (O Pai, O Filho e O Espírito) e nos dão as devidas instruções a fim de que vivamos uma vida vitoriosa na presença daquele que vive para sempre!

O Tabernáculo seria feito também de “Farás também as tábuas para o tabernáculo de madeira de acácia, que serão postas verticalmente” (Êx 26:15). As tábuas de acácia representam a vida humana, pois é com ela que o Eterno edifica seu reino! Elas deveriam ser postas na posição vertical (em pé) e não horizontal, pois o Eterno espera que estejamos na posição correta diante d’Ele!

O véu do Tabernáculo era composto assim: “Depois farás um véu de azul, e púrpura, e carmesim, e de linho fino torcido; com querubins de obra prima se fará” (Êx 26:31). Novamente vemos que quatro elementos estão envolvidos aqui, e quatro nos fala de universalidade, de todo o mundo. O acesso ao Eterno seria facultado à todos que entrassem no Tabernáculo com esse desejo! Os querubins desenhados no tecido lembram-nos que aquele lugar é sagrado e que está sendo guardado por seres de alto gabarito, pois é justamente ali que nos encontraremos com o D-us de toda a terra!

Agora vejamos outro objeto do Tabernáculo: “Farás também o altar de madeira de acácia; cinco côvados será o comprimento, e cinco côvados a largura (será quadrado o altar), e três côvados a sua altura” (Êx 27:1). O “altar”, em hebraico mizbeach, significa “altar, lugar de sacrifício”, está posto no pátio e tem a finalidade de receber a vida que expiaria o pecado do ofertante. Ele era feito de madeira de acácia (novamente nos falando sobre a humanidade), porém recoberto com cobre (que nos fala da força, durabilidade, perpetuidade). Era ali que o homem deveria deixar sua vida em sacrifício a fim de encontrar-se com a Divindade mais adiante! Sem a morte não há remissão de pecado e também é da morte que provém a vida! O Justo precisou ser colocado sobre o altar do D-us Eterno a fim de que a humanidade pudesse ser salva por causa de sua morte!

A entrada do Tabernáculo dava-se pelo pátio: “Farás também o pátio do tabernáculo, ao lado meridional que dá para o sul; o pátio terá cortinas de linho fino torcido; o comprimento de cada lado será de cem côvados” (Êx 27:9). O que vemos aqui? O pátio – local descoberto do Tabernáculo – com uma entrada (que é o mesmo lugar por onde se sai) e esta entrada está ao sul. Para chegarmos ao Eterno devemos caminhar para o norte! Você entende o que isso significa? Atualmente em nossas bússolas o norte representa o referencial de quem precisa ser guiado a algum lugar! Se você quer chegar ao lugar certo guie-se pelo norte! No Tabernáculo também era assim: se você quer chegar ao lugar certo caminhe para o norte! Ali, no final de sua caminhada está o Eterno. Ele e somente Ele é o referencial de toda a humanidade, e é através d’Ele que devemos nos guiar para atingirmos o local certo, a finalidade de nossa vida: estar sempre na presença d’Ele! O pátio é justamente a primeira etapa dessa nova caminhada iniciada pelo homem.

O Tabernáculo nos mostra o que e como devemos nos relacionar com o Eterno. Ele providenciou graciosamente um modelo a fim de estarmos entrando num relacionamento com Ele da forma correta, passo a passo, quando nós poderemos, através de nossa caminhada atingirmos o lugar que deseja o nosso coração: o Santo dos Santos e a presença final do D-us Eterno! Foi com essa finalidade que Ele nos criou; foi para isso que Yeshua morreu por nós, foi para isso que o Espírito Santo nos convenceu e nos resgatou! Caminhemos então para estar na presença do Eterno D-us de Israel para sempre! Que assim Seja!

Baruch Há Shem!

Mário Moreno

Fonte: www.ministerioengel.com

 

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